A Polícia Civil deve tratar como caso de menor potencial ofensivo uma suposta agressão por homofobia ocorrida na noite de sexta-feira (4), durante festa de formatura na Associação Leopoldina Juvenil. O delegado Hilton Müller, da 3ª Delegacia de Polícia, informou na manhã desta terça-feira (8) que está inclinado a repassar a ocorrência para a Central de Termos Circunstanciados, setor da polícia que reúne infrações consideradas leves.
O caso chegou à polícia a partir de queixa registrada na madrugada de sábado pelo empresário e psicólogo Marcus Vinicio Beccon. Durante a festa, segundo o relato dele, um grupo de homens, incluindo o pai da formanda, imobilizaram no piso do salão de festas e agrediram-no com tapas e pontapés. A violência teria ocorrido depois de ele receber um "selinho" do namorado, o universitário Raul Silveira Weiss. Beccon acredita ter sido vítima de homofobia.
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Em conversa na manhã desta terça-feira, Hilton Müller não quis fornecer maiores informações sobre o teor da ocorrência. ZH tenta obter dados com a Polícia Civil desde a manhã de segunda-feira. A primeira informação repassada foi que o caso estaria na Central de Termos Circunstanciados. Mais tarde, o setor de comunicação da PC afirmou que havia um engano, e que a ocorrência fora encaminhada à 3ªDP.
Na tarde de segunda, ZH fez contato com Müller e ele disse que ainda não havia examinado a ocorrência, o que faria apenas na manhã seguinte.
Confira a entrevista realizada nesta terça-feira com o delegado:
O senhor já examinou a ocorrência do Leopoldina Juvenil?
Recebi pelo sistema, e não fisicamente.
O senhor pode dizer alguma coisa sobre o assunto?
Se trata, pelo que eu vi, de uma lesão corporal, e nós temos um local próprio para tratar de crimes de menor potencial ofensivo. Acho que vou encaminhar para lá.
Não envolve também homofobia?E qual é o crime?
A princípio está descrita uma lesão corporal ali.
Qual seria o local para onde o senhor encaminharia?
Tenho de pegar fisicamente a ocorrência. A princípio, para a Central de Termos Circunstanciados.
O senhor já tem isso definido?
A princípio, é. Mas tenho de ver a ocorrência fisicamente. Já olhei no sistema. Não sei se tem alguma coisa a mais na ocorrência além do que eu vejo no sistema.
Tem só um agressor identificado na ocorrência?
Pelo que eu vi tem um agressor identificado na ocorrência, que seria o pai da formanda.
O senhor pode confirmar se o nome dele está na ocorrência?
Agora tem de abrir o sistema de novo. Já olhei e já fechei. Mas não vou te dar o nome do agressor. Se você vai publicar, não vou passar. Vocês não estão publicando nem foto de assaltante, de delinquente, de estuprador. Não tenho garantia de que esteja correto, é só uma ocorrência. Os fatos estão sob investigação. E aliás ela nem está comigo ainda, está no sistema. Tenho de ver fisicamente essa ocorrência.
Quando o senhor vai decidir se a ocorrência irá para a Central de Termos Circunstanciados?
Vou decidir quando tiver a ocorrência fisicamente na minha mão. Ainda não tenho ela. Depende lá da Área Judiciária. Depende dos trâmites. Pode chegar no final da tarde ou amanhã, não sei dizer.