A paralisação dos rodoviários das empresas Sopal, Nortran, VAP e Navegantes na manhã desta sexta-feira provocou transtornos a mais de 140 mil pessoas que dependem de ônibus nas zonas norte e leste de Porto Alegre. De acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), mais de 500 ônibus deixaram de circular.
Motivados pelo impasse sobre o reajuste salarial entre o Sindicato das Empresas de Ônibus de Porto Alegre (Seopa) e o Sindicato dos Rodoviários, os rodoviários permaneceram nas garagens das empresas de ônibus desde as 4h da madrugada. Além disso, os rodoviários alegam que estão sem atendimento no plano de saúde – de acordo com eles, as empresas não realizaram o repasse mensal ao plano, mas descontaram o valor dos funcionários.
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– Eles estão nos desrespeitando. Eles cortaram nosso plano de saúde e não deram explicação. Eles simplesmente cortaram e no mês de janeiro foi descontado na folha – declarou Airton Maciel, diretor do Sindicato dos Rodoviários e funcionário da empresa Navegantes.
Conforme o assessor jurídico da Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) e do Seopa, Alceu Machado, as empresas ofereceram o índice de inflação do período – que ficou em 5,44% – em uma parcela. Na proposta anterior, esse percentual seria repassado em fevereiro e julho. O impasse, no entanto, ficou no vale-refeição: para manter o benefício durante as férias dos trabalhadores, as empresas querem manter o valor atual, de R$ 23,48.
Sem ônibus e com horário com o médico marcado na rede pública de saúde, Jackson e Daniela Costa, moradores do bairro Humaitá, na zona norte de Porto Alegre, caminharam cerca de quatro quilômetros com os filhos no colo na manhã desta sexta-feira.
Enquanto carregava o bebê mais novo, Jackson explicou que o ônibus que normalmente pegaria, não passou na parada. A solução encontrada pelo o casal foi se deslocar até uma estação da Trensurb para conseguir chegar ao Centro da Capital.
– Nós moramos lá perto da Arena e vamos até o Trensurb, para não perder o médico – afirmou Jackson.
Apenas perto das 9h a circulação de ônibus normalizou nas regiões afetadas, mas as consequências para quem depende do transporte público podem ser sentidas por mais algumas horas, segundo a EPTC.
*Com informações da Rádio Gaúcha.