
Cerca de 20 alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) ocuparam na tarde deste domingo a Casa do Estudante Universitário Aparício Cora de Almeida (CEUACA), situada na Rua Riachuelo, no centro de Porto Alegre. O prédio, que serviu no passado como residência para estudantes carentes oriundos do Interior, está abandonado há mais de dois anos, com janelas lacradas.
Os estudantes arrombaram as janelas e entraram por elas, subindo os quatro andares do prédio e pendurando faixas de protesto nas sacadas, alertando para o abandono do edifício. Avisados por vizinhos, soldados da Brigada Militar chamaram um Pelotão de Choque do 9º Batalhão de Polícia Militar. Os PMs impediram que novas ocupações acontecessem e intimaram os jovens a abandonar o prédio (quando uma invasão ainda está acontecendo, não há necessidade de ordem judicial para interromper o processo de ocupação).
Os estudantes não queriam sair e a retirada deles foi negociada por parlamentares, como o deputado estadual Pedro Ruas e a vereadora Fernanda Melchiona (ambos do PSOL). Enquanto transcorria a negociação, a Rua Riachuelo foi bloqueada ao trânsito de pedestres e veículos.
Os alunos da UFRGS concordaram em sair do prédio (construído em 1934), depois do aceno do governo do Estado de que devem ser destinados R$ 2 milhões para reforma da CEUACA. O detalhamento da proposta será feito segunda-feira, em reunião dos estudantes com representantes da Secretaria estadual de Justiça e Direitos Humanos.
Foi permitido o ingresso da imprensa na casa, que está um caos. Entulho e seringas podem ser vistos em todas as dependências - o local foi ocupado por mendigos, nos dois últimos anos.
- É um absurdo que um patrimônio destinado a estudantes pobres esteja abandonado assim - reclama Vitor Ferreira, aluno de Filosofia, ligado ao Diretório Central de Estudantes (DCE) da UFRGS e um dos que participou da ocupação do prédio.
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