Moradora da Zona Norte, Neusa Flores, 80 anos, percorreu a orla do Guaíba junto ao filho na tarde desta terça-feira, partindo da Usina do Gasômetro até as praias da Zona Sul. Chegando em Ipanema, não escondeu a preocupação.
- Está irreconhecível. Acabou a areia, agora é só água - diz a aposentada, queixando-se também do lixo trazido pelas águas.
- Depois de adulta, eu nunca vi Porto Alegre assim - resume.
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Neusa era uma entre vários curiosos, de perto ou de longe, que, assustados com o que é exibido nos noticiários, foram até o local para conferir o nível do Guaíba - que chegou a 2m89cm na segunda-feira e estagnou em 2m77cm na tarde desta terça, no Cais Mauá.
Em quase toda a extensão do calçadão de Ipanema, a água tomou a areia e, em pelo menos um ponto, chega a avançar sobre o calçamento, arrancando parte do piso que havia sido consertado após as ondas de julho. A Secretaria Municipal de Obras e Viação (Smov) informou que os reparos serão realizados novamente.
- Está bem pior do que da última vez - diz o fotógrafo Diego Jonko, 37 anos, referindo-se à cheia de julho.
- Tinham arrumado o calçadão ali, e agora, com essa função, foi tudo água abaixo outra vez.
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Um pouco adiante, no bairro Guarujá, os moradores enfrentam problemas com alagamento em vias próximas ao Guaíba - o carro do Pelas Ruas não conseguiu atravessar a Rua Oiampi.
Ricardo Castagna, 52 anos, espantou-se com o trecho da Avenida Guaíba, próximo ao cruzamento da Avenida Guarujá, tomado de água na pista.
- Moro no bairro ao lado há 50 anos e é a primeira vez que eu vejo o alagamento dessa maneira - disse o aposentado.


*Zero Hora