Os municipários de Porto Alegre querem se reunir com a prefeitura antes da assembleia da categoria que decidirá o rumo da greve, às 14h de terça-feira. A prefeitura aceita fazer o encontro se o prédio administrativo amanhecer com o acesso liberado. No momento de maior tensão desde o início da paralisação dos servidores, na quarta-feira da semana passada, a concordância em se realizar mais uma rodada de negociações é um alento para ambos os lados e para a população.
Os serviços municipais continuaram impactados nesta segunda-feira, sexto dia de greve. A educação segue entre os setores mais afetados. Dependendo da escola, o alcance da paralisação beira a totalidade dos trabalhadores. É o caso da Escola Municipal de Educação Infantil dos Municipários Tio Barnabé. Como diz o nome, quase todas as crianças que estudam no local são filhos de municipários.
- Temos dois monitores trabalhando, outros 16 estão parados. Eles só vão voltar ao serviço quando terminar a greve - afirmou a diretora da escola, Mariana Villani.
Indignação com benefícios de auditores turbina reivindicações de municipários
A preocupação sobre o atendimento social da prefeitura cresceu nesta segunda-feira. O vice-prefeito Sebastião Melo citou a paralisação de sete unidades da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) para pedir à Justiça que aumente a multa diária ao Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), que já passou de R$ 2 mil para R$ 4 mil na semana passada.
Melo ficou muito irritado na manhã desta segunda-feira porque o acesso ao edifício administrativo permaneceu bloqueado pelos manifestantes. Ele rejeitou uma nova reunião à tarde, mesmo se os grevistas liberassem a entrada, o que acabou acontecendo. Mas admitiu que aceita uma reunião na manhã de terça se o acesso não voltar a ser bloqueado.
- Se não bloquearem, aí é outra coisa - disse.
Saiba quais são as reivindicações dos municipários
Os grevistas querem o encontro para poderem levar novidades à assembleia, que será realizada na Casa do Gaúcho, no Parque Harmonia. No meio da tarde, o Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa) já admitia que as chances de retomar as conversações com a prefeitura ainda hoje se esgotavam, e preparava uma reunião interna para debater a situação.
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O mesmo ocorria dentro da prefeitura, onde uma reunião também deverá acontecer. Outra preocupação é com a folha de pagamento, que, segundo o Executivo municipal, ainda não rodou por causa do fechamento da sede administrativa. O pagamento dos municipários deve ser feito na sexta-feira, mas o vice-prefeito garante que os dias parados serão descontados de todos que aderiram à greve.
Os grevistas pedem reajuste de 20%, enquanto a prefeitura oferece 8,17%, parcelados em três vezes. Outra reivindicação, a retirada de projetos de lei que tratam do efeito cascata nos salários dos municipários, foi atendida. Os grevistas cobram, agora, o envio de um novo projeto, dessa vez que agrade à categoria.