Em reunião ocorrida na manhã desta quinta-feira na sede da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), o Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu) aprovou a planilha técnica que calcula o reajuste da tarifa dos ônibus na Capital, por 14 votos a 3. O novo valor proposto é de R$ 3,27.
A decisão era debatida desde a quinta-feira da semana passada, quando a planilha com o cálculo da tarifa técnica de R$ 3,2691 foi enviada aos conselheiros. Agora, a proposta de aumento irá para a sua última fase, seguindo para o prefeito José Fortunati, a quem cabe decidir em quanto fechará o valor da passagem. A tendência é de que ele arredonde a tarifa para R$ 3,25.
Atualmente, os passageiros pagam R$ 2,95 para andar de ônibus. O pedido das empresas foi por uma tarifa de R$ 3,49, um aumento de 18,3%. Em seu estudo próprio, a EPTC definiu um valor R$ 0,22 menor.
Militantes pretendem barrar nova tarifa de ônibus com protestos de rua
O encontro dos conselheiros motivou um protesto em frente à EPTC. Manifestantes levaram cartazes e fizeram barulho contra o aumento.
O envio das informações pela EPTC aos conselheiros começou em 11 de fevereiro. Eles foram contatados por telefone pelo órgão de trânsito da prefeitura sobre se aceitariam receber os dados por e-mail, com o objetivo de poupar papel. Desde 2005, a passagem tem sido arredondada entre R$ 0,05 e R$ 0,10 abaixo da tarifa técnica.
O reajuste de 10,85% é 2,4 vezes maior do que a inflação medida pelo INPC. Entre as justificativas da planilha para o aumento superior ao índice oficial, estão a migração de passageiros para o uso de carros particulares e o aumento do número de usuários isentos de pagar a passagem - segundo o Comtu, cerca de 35% dos usuários gozam de isenções.
- É um dos maiores índices de isenções do Brasil - avalia Jaires Maciel, presidente do conselho.
Outras justificativas citadas foram o aumento de despesas com pessoal, devido a reajuste de salários, e de custos variáveis como diesel, pneus e recapagens.
Entre os três conselheiros que votaram contra a aprovação da planilha, está Luis Afonso Martins, da CUT. Ao justificar seu voto, Martins rasgou o documento e declarou estar fora do conselho.
- O Comtu é um circo armado em que a sociedade sai sempre perdendo - declarou Martins.
Já Luis Mário Magalhães de Sá, da ATP, votou a favor da planilha, mas manifestou a necessidade de um aumento ainda maior para que a frota de ônibus possa ser renovada:
- As tarifas praticadas estão muito abaixo dos custos - afirmou.