Nos últimos anos, o Governo brasileiro vem adotando medidas cada vez mais restritivas ao consumo de tabaco em ambientes públicos. Recentemente, a presidente Dilma Rousseff sancionou uma lei que proíbe, a partir do fim de 2014, os fumódromos em qualquer ambiente coletivo, seja público ou privado, mesmo que a cobertura seja feita com toldo ou marquise.
A mudança preocupa comerciantes em Porto Alegre. Proprietário de um bar na Cidade Baixa, Douglas Henrique Heubrich possui um fumódromo na lateral do prédio, que geralmente é muito procurado pelos frequentadores. “Restringir os fumódromos, que hoje é a única alternativa para os fumantes, deve complicar bastante, os clientes ficarão sem opção”, prevê o comerciante.
Desde 2009, é proibido fumar em locais fechados no Rio Grande do Sul. De lá para cá, muitos comerciantes sentiram a queda no movimento. Alguns criaram alternativas. Volni Alexandre, que é gerente de um dos bares mais movimentados da cidade, conta que, para não perder clientes, foi construída uma área com teto retrátil.
“O nosso movimento depois da meia-noite, quando nós tirávamos as mesas da rua, caía bastante, já que o pessoal não queria ir na rua fumar”, lembra Alexandre.
Trabalhando há mais de cinco anos como atendente em outro estabelecimento da região, Odilon Braga afirma que os clientes estão divididos sobre o cerco ao fumo: “os fumantes se queixam muito de não poder fumar aqui, mas quem vem para jantar gosta que o cigarro seja totalmente proibido”, explica.
A partir do fim do ano, os estabelecimentos que desrespeitarem as regras poderão receber advertência, multa, ser interditados e ter a autorização de funcionamento cancelada. A lei também proíbe qualquer propaganda de cigarro. O espaço com alertas sobre os riscos do consumo de tabaco nas embalagens também será ampliado.
Segundo especialistas, o tabagismo está associado a 26% das mortes por todos os tipos de câncer. No caso de tumores no pulmão, esse índice aumenta para 84%.