O novo presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul defendeu o fim do financiamento privado de campanhas, que na sua opinião "desarmonizam a igualdade entre os candidatos". O desembargador Marco Aurélio Heinz tomou posse nesta sexta-feira (30) no cargo, em cerimônia na sede da instituição, em Porto Alegre. Ele ficará à frente da corte por um ano, e será o responsável por comandar o órgão máximo eleitoral no Estado durante as eleições. Marco Aurélio Heinz afirmou que é o custo das eleições devem se aproximar da realidade brasileira.
"As empresas não possuem cidadania, não detém capacidade de participar do processo eleitoral, seja de forma direta ou indireta, sustentando candidatura. É hora de acabar com o financiamento privado de empresas, como fizeram França, Bélgica, Canadá e Estados Unidos", disse.
O desembargador citou dados do Tribunal Superior Eleitoral para defender o fim do financiamento privado. Segundo ele, em 2002, os gastos das campanhas somaram quase R$ 800 milhões. Em 2012, o valor saltou para R$ 4 bilhões. O novo presidente do TRE gaúcho também criticou o excesso de partidos.
"O Brasil tem 32 legendas legalizadas recebendo verbas do fundo partidário. Dinheiro público, portanto, para financiar campanhas ou para manutenção de estruturas partidárias. Há casos de partidos que servem apenas à vaidade de seus proprietários, candidatos eternos que não têm votos e muito menos representatividade", afirmou o desembargador.
Marco Aurélio Heinz é natural de Porto Alegre, formado em Direito pela Ufrgs, e atua na jurisdição eleitoral desde 1981. Até assumir a presidência do TRE, ele exercia a vice-presidência e corregedoria do Tribunal. Assume no lugar da desembargadora Elaine Macedo, que foi a primeira mulher, na história, a presidir a instituição.