


Após a semana de apreensão e insegurança, a Brigada Militar assegura reforço no policiamento na Vila Cruzeiro neste fim de semana. Segundo o comando de policiamento, a operação especial, que começou na quarta-feira (23), será mantida com o objetivo de garantir a segurança da população.
Na última terça-feira (22), um tiroteio entre gangues rivais da região, supostamente pelo controle do tráfico, gerou uma espécie de lei do silêncio na vila. Cinco unidades de saúde, uma escola e uma creche interromperam as atividades por causa da insegurança na região. Na quarta, a Brigada Militar montou um esquema especial de segurança, para que os moradores pudessem trafegar pela área.
Agora, eles tentam retomar a rotina, mas o clima de medo ainda ronda o local. Postos de saúde e escolas voltaram a abrir após ficarem fechados na quarta e na quinta. Ainda assim, alguns pais optaram por não levar seus filhos à aula.
Na Escola Estadual de Ensino Fundamental Almirante Motta e Silva, que ficou fechada na ultima quarta-feira, o número de alunos foi maior que na quinta-feira, ainda assim, a direção estima que menos da metade dos 600 alunos tenham comparecido. Em uma turma do 3º ano, que ontem tinha só cinco alunos, dez crianças compareceram nesta sexta-feira (25).
A Brigada Militar garante que a situação já foi normalizada. Segundo a Comandante do 1° Batalhão da Brigada Militar, tenente-coronel Cristine Rasbold, desde terça-feira não foram registrados mais tiroteios na região. Neste período, quatro pessoas foram presas. Sobre a reclamação de moradores da falta de policiamento durante o período da noite, ela admite a redução do número de viaturas, mas garante que o efetivo é suficiente para dar conta da demanda.
Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, na manhã desta sexta-feira (25), o secretário de Segurança do Estado, Airton Michels, afirmou que toque de recolher não será tolerado na Vila Cruzeiro.
"Não vamos permitir, de modo algum, que ocorra toque de recolher", disse Michels, reforçando que se isso ocorrer, a Brigada Militar vai agir imediatamente. "Nem de longe vai acontecer aqui o que aconteceu no Rio de Janeiro, que o Exército teve de intervir", garantiu.
"Estamos com quatro Territórios da Paz nas vilas mais violentas da Capital, uma delas na Cruzeiro, temos outras ações que promovem a educação, mas é tudo a médio e longo prazo", justifica o secretário. Segundo ele, na quarta-feira, quando houve tiroteio, foi colocado policiamento suficiente na Cruzeiro.
"Eu não posso julgar a subjetividade do eventual medo dessas pessoas, que as tenham feito fechar as escolas mais cedo ontem, mas compreendo. Isso vai ser superado com o tempo, a medida que hoje as escolas já estão abrindo", disse ele, garantindo policiamento permanente no local.