A Justiça negou pedido de transferência de dois jovens considerados pivôs das rebeliões no Casa de Atendimento Socioeducativo de Caxias do Sul (Case), na Serra Gaúcha. O pedido foi feito pela FASE após dois motins registrados em menos de uma semana na unidade. Com isso, os adolescentes permanecerão no local, mas em locais isolados. Conforme a Fundação de Atendimento Sócio Educativo, havia apenas dois agentes para cuidar dos cerca de 70 jovens. Após as rebeliões, o número foi elevado para 29. Porém, a presidente da FASE, Joelza Pires, pondera que muitos ainda são inexperientes para atuar em situações extremas.
- São muitos funcionários novos, e os adolescentes acabam testando o sócio-educador na questão da disciplina. A relação entre eles é permeada por vínculos, e apenas um adolescente pode derrubar uma Casa - afirmou.
Além da contratação dos agentes, a FASE solicitou que a empresa responsável pelas reformas desloque mais funcionários para agilizar o término das obras. Em Pelotas, também foram colocados novos servidores. Quanto ao caso da morte de um adolescente, a Polícia Civil concluiu que a vítima sofria de crises convulsivas e que morreu em virtude de uma dessas crises, descartando ligação com a rebelião ocorrida no dia 5 deste mês no sul do estado.
UNIDADES DE PORTO ALEGRE ESTÃO SUPERLOTADAS
Conforme Joelza, as seis unidades de internação de Porto Alegre estão superlotadas. O caso mais grave é no centro de atendimento localizado na Vila Cruzeiro, onde há 145 adolescentes para ocupar 72 vagas disponíveis. No entanto, a presidente da FASE acredita que não aconteçam rebeliões na capital, pois os servidores mais experientes atuam nessas unidades. Ainda conforme Joelza, o Estado precisaria de mais 100 novos profissionais para atuar em diversas regiões. Desde o inicio do ano, foram contratados 318 agentes, mas o número ainda é considerado insuficiente.
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