O presidente Luiz Inácio Lula da Silva inicia, nesta quinta-feira (13), seu giro pela Europa com compromissos na cidade suíça de Genebra. Ele participa de um evento da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e depois viajará para a Itália, onde participará como convidado na reunião do G7.
A 112ª Conferência Internacional do Trabalho é promovida pela OIT, um braço da Organização das Nações Unidas (ONU), que visa promover o trabalho digno e os direitos humanos no mundo.
Lula deve discursar no Fórum Inaugural da Coalizão para Justiça Social da OIT. De acordo com o Ministério de Relações Exteriores, Lula foi convidado para ser copresidente da coalizão. No ano passado, o Brasil registrou o maior número de denúncias de trabalho escravo e análogo à escravidão da história: 3.422 denúncias. O número de pessoas resgatadas também foi o maior em 14 anos: 3.151 pessoas. A maior parte dos regastes foi feita na região Sudeste.
O presidente também se reunirá com a presidente da confederação Suíça, Viola Amherd, e com o diretor-geral da OIT, Gilbert Houngbo.
Após a conferência, junto da primeira-dama Janja da Silva, participará de uma cerimônia na casa oficial do representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas, embaixador Tovar da Silva Nunes, em comemoração os 35 anos da obra O Alquimista, do escritor brasileiro Paulo Coelho.
Ainda nesta quinta, o presidente Lula segue para Puglia, na Itália, sede do encontro de líderes do G7. O grupo reúne Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão. O Brasil participará como convidado. É a sétima vez na história que Lula é convidado para reunião. O governo brasileiro confirmou que, a pedido de Lula, o papa o receberá. O petista se encontrará em separado com os presidentes de França, Emmanuel Macron, e África do Sul, Cyril Ramaphosa, além do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
O presidente deve discutir com Macron e Von der Leyen o resultado das eleições para o Parlamento Europeu, marcadas pelo avanço da extrema direita, e o Acordo Mercosul-União Europeia. Modi e Ramaphosa são líderes políticos de países parceiros no Brics e no fórum tripartite IBAS (Índia, Brasil e África do Sul), que sofreram reveses em eleições recentes, embora sigam no poder.
Por outro lado, Lula estará na Itália ao mesmo tempo que o presidente da Argentina, Javier Milei, mas sem encontro à vista. Eles dividirão o palco global, na reunião ampliada do G7 e países convidados, com direito a um discurso de 15 minutos cada. Ambos confirmaram presença, mas, segundo o Itamaraty, Milei não formalizou um pedido de reunião com Lula.
Embora Lula esteja em território europeu, o Palácio do Planalto rechaçou um convite da Ucrânia para que participasse da conferência de paz, no sábado (15), e no domingo (16), na região de Lucerna, na Suíça. O Brasil deve ser representado por sua embaixadora na Suíça, Cláudia Fonseca Buzzi.
A ida de Lula para a Europa ocorre dias depois de a extrema direita aumentar participação no Parlamento Europeu.