No próximo dia 1º, completam-se 60 anos do golpe militar de 1964, que deu início à ditadura que perdurou até 1985 no país. Para marcar a data, parlamentares realizarão atos e eventos na Câmara de Vereadores de Porto Alegre e também na Assembleia Legislativa do Estado.
Na segunda-feira (1º), terá início na Câmara a exposição Memória, Verdade e Justiça, proposta pelo vereador Giovani Culau (PCdoB) e produzida em parceria com a organização Caminhos da Ditadura em Porto Alegre. A mostra, que gerou polêmica até ser definitivamente aprovada na Câmara, reúne fotos de locais como o Dopinho, a Esquina Democrática e a Praça Argentina, acompanhadas de textos que tratam de violações dos direitos humanos e pontos onde atuavam grupos de oposição à ditadura.
— Essa situação que passamos com a resistência em aprovarem a exposição redobra a importância de nos mantermos vigilantes em defesa da democracia, e mostra o quão importante ainda se faz essa luta por memória, verdade e justiça — afirma o vereador.
Na Assembleia Legislativa, uma outra exposição de fotos sobre o período da ditadura militar também terá início na próxima segunda-feira, às 17h, com o título Os 60 anos da Instauração do Regime Militar de 1964. Na quarta-feira (3), a reunião da Comissão de Cidadania e Direitos Humanos terá como pauta o tema “60 anos do golpe: memória, verdade, justiça e reparação”. Conforme a deputada Laura Sito (PT), que preside a comissão, a reunião terá 60 convidados, incluindo entidades de direitos humanos e organizações de ex-presos e perseguidos políticos.
— É muito simbólico que os 60 anos do golpe de 1964 ocorram pouco mais de um ano após os eventos de 8 de janeiro. Quando falamos "lembrar para que nunca mais aconteça", tem o sentido de tratar a democracia como um valor universal e irrestrito — destaca Laura.
Na quinta-feira (4), será realizado o principal ato de memória sobre a data na Assembleia. Previsto para ocorrer no Plenarinho, com início às 19h, o evento é uma iniciativa de 32 organizações da sociedade civil, como a ONG Movimento de Justiça e Direitos Humanos, e deve reunir deputados, vereadores, outras lideranças políticas, e também ex-presos políticos e militantes de Direitos Humanos.
— É muito importante que sempre se rememore essa data, porque lembrar e contar a história faz parte de um movimento para que ela não se repita — reforça a deputada Luciana Genro (PSOL), que estará presente no ato.
Outros eventos pela cidade
No domingo (31), ocorre uma caminhada conduzida pela organização Caminhos da Ditadura em Porto Alegre, que cumprirá um trajeto passando por pontos da Capital que se relacionam com o período da ditadura militar. A atividade será apresentada pela historiadora Anita Natividade Carneiro e passará por oito destinos na cidade, com explicações históricas sobre os eventos ocorridos em cada local.
Já na noite do 1º de abril, será exibido na Cinemateca Capitólio o documentário Jango no Exílio, com a presença de autoridades políticas. A sessão terá início às 19h.