A base de apoio ao governo Eduardo Leite faz uma ofensiva junto a aliados em busca de 37 assinaturas que permitam instaurar uma Comissão Especial na Assembleia Legislativa para avaliar a qualidade dos serviços da CEEE Equatorial e da RGE. A iniciativa é uma reação política à tentativa da oposição de abrir uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre o mesmo tema.
Até esta segunda-feira (5), nem o governo do Estado conseguiu as 37 assinaturas para instaurar a Comissão Especial nem a oposição obteve os 19 apoios para a CPI. Cada lado luta para instalar o seu formato de comissão e, assim, conduzir os trabalhos.
O deputado Edivilson Brum (MDB) é um dos principais articuladores do governo Leite para suplantar a CPI. O argumento de Brum é de que uma investigação conduzida pela oposição abriria debates sobre a privatização e não sobre os serviços prestados pelas concessionárias de energia.
— A CPI quer politizar o tema, discutir ideologia. Nós (com a Comissão Especial) queremos discutir o grave problema do mau atendimento das companhias nas religações — disse Brum.
Na oposição, o deputado Miguel Rossetto (PT) argumenta que o governo Leite deseja abrir uma comissão especial apenas para evitar a CPI, sem intenções reais de investigar as concessionárias.
— A Comissão Especial (como quer o governo) é uma comissão de discussão, não de investigação, com poderes menores do que a CPI. Esta iniciativa (do governo), não busca responder os problemas do povo gaúcho, só vem para bloquear a CPI. É um truque — disse Rossetto.
Tanto entre articuladores do governo quanto na oposição há a expectativa de que o número de assinaturas cresça após o feriado de carnaval. Além do feriado, os movimentos políticos na Assembleia são impactados pela viagem de deputados estaduais ao Panamá para participar da 10ª Conferência das Partes (COP10) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT).