O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que é preciso haver punição caso tenha ocorrido leniência por parte de autoridades do Palácio do Planalto e do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) na invasão do local por manifestantes bolsonaristas em 8 de janeiro. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Ele fez o comentário nesta quarta-feira (19) ao ser questionado sobre imagens divulgadas pela rede CNN de servidores do GSI, incluindo o próprio ministro Marco Edson Gonçalves Dias, circulando pelo Planalto no dia da invasão. Nesta quarta-feira (19), Gonçalves Dias pediu demissão do cargo de ministro-chefe do GSI. Ele é o primeiro ministro do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a cair em pouco mais de cem dias de mandato.
— Se houve algum tipo de leniência, tolerância com essas invasões, o tratamento deveria ser de atos criminosos. Essa é uma apuração do GSI e do Palácio do Planalto, porque se houve uma leniência dessa natureza, é preciso que haja a repreensão devida — afirmou em Londres, onde participará de evento do grupo Lide, criado pelo ex-governador João Doria. Ele ressalvou que não havia visto as imagens ainda.
Pacheco também citou a Polícia do Senado como modelo de reação aos manifestantes que invadiram o prédio.
— A Polícia do Senado foi exemplar na condução daquela invasão, foi a que mais prendeu, prendeu 39 criminosos naquele momento. Considero que todas as forças de segurança deveriam agir dessa forma — declarou.
As imagens impulsionaram a defesa por parte de bolsonaristas de uma CPI mista para investigar o 8 de janeiro.
Pacheco entrou na linha de fogo dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por ter adiado a leitura do requerimento, algo que ele considerou "normal". Ele considerou as reações a seu gesto "algo desproporcional".
— Entendo manifestações como algo natural da democracia. Mas o que houve ontem foi algo desproporcional, porque adiamento de sessão do Congresso Nacional é algo corriqueiro. Todos os presidentes do Senado nos seus quase 200 anos de história adiaram ou anteciparam ou fizeram algum tipo de entabulação política para o amadurecimento de matérias — ressaltou
Ele disse que se comprometeu a ler o requerimento da CPI na próxima semana.
— CPI é um direito da minoria, não cabe ao presidente do Congresso a definição se vai ter ou não. Ela cumprindo os requisitos de número de assinaturas suficiente, fato determinado, cabe a leitura por parte do presidente da Casa. Agora, a instalação depende da vontade de líderes de blocos, da indicação de membros — pontuou.