O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe nesta segunda-feira (30) o primeiro-ministro alemão, Olaf Scholz. Será a primeira visita ao Brasil de um chefe de governo das potências ocidentais desde a posse de Lula, em 1º de janeiro. Scholz visitou a Argentina no sábado (28) e o Chile no domingo (29).
A visita à América do Sul acontece no momento em que as empresas alemãs buscam oportunidades de negócios após os problemas de fornecimento de matérias-primas provocados pela invasão russa da Ucrânia. Os três destinos de Scholz são ricos em recursos naturais e "parceiros muito interessantes" para a Alemanha, disse uma fonte do governo alemão em Berlim.
Lula deve também firmar um acordo com o chanceler alemão Olaf Scholz para a retomada do Fundo Amazônia. O país europeu enviava recursos ao Brasil para combate ao desmatamento, mas os repasses foram interrompidos durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Durante a agenda oficial também está prevista reunião paralela entre o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e a ministra alemã da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento, Svenja Schulze, além de empresários alemães e brasileiros.
Essa é a segunda vinda de uma alta autoridade da Alemanha em menos de um mês, pois o presidente Frank-Walter Steinmeier veio ao Brasil no dia da posse. A última visita de um chanceler alemão ao Brasil ocorreu em 2015, quando Angela Merkel se reuniu com a presidente Dilma Rousseff, em Brasília.
Acordo Mercosul-União Europeia
O acordo comercial entre Mercosul e União Europeia deve ser a principal pauta do encontro entre os chefes das maiores economias nacionais de cada bloco. O chanceler alemão se reuniu no sábado, em Buenos Aires, com o presidente argentino, Alberto Fernández — um encontro no qual os dois líderes reafirmaram a importância de se concluir o acordo entre a União Europeia e o Mercosul.
— Concordamos em aprofundar as relações comerciais bilaterais e, para isso, o acordo da União Europeia com o Mercosul tem importância essencial. Nosso objetivo é chegar a uma conclusão rápida das negociações — declarou Scholz à imprensa depois do encontro com o chefe de Estado argentino.
O acordo comercial entre os dois blocos é uma das principais razões do roteiro de Scholz pela América do Sul. Os termos foram selados em 2019 após 20 anos de negociações, mas o acordo ainda não foi ratificado e é alvo de fortes críticas em países europeus. Os setores agrícolas e os movimentos ambientalistas da UE questionam em particular a procedência de produtos de áreas de desmatamento na floresta amazônica, que Lula se propôs a reverter desde que foi empossado.
Agenda do encontro entre Lula e Scholz
- 15h30min – Cerimônia de recepção no Palácio do Planalto
- 15h45min – Reunião do presidente Lula com o chanceler Olaf Scholz e reunião paralela entre empresários e ministros
- 18h – Cerimônia de assinatura do acordo, por trocas de notas, sobre o Fundo Amazônia, pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira
- 19h – Jantar Oficial