Poucos analistas da cena política nacional conhecem tão bem os mecanismos de financiamento do poder como Bruno Carazza. O economista e advogado mineiro, que tem 44 anos, desenvolveu um método pelo qual observa por baixo do véu institucional os acordos e as tomadas de decisão. Cruzando dados de doações de campanha com tramitação de projetos, emendas e votações legislativas, ele expôs no livro Dinheiro, Eleições e Poder: As Engrenagens do Sistema Político Brasileiro as relações incestuosas entre grandes grupos econômicos, parlamentares e governantes. A três meses das eleições, Carazza identifica agora uma nova conformação dessas forças. Após a proibição das doações empresariais e uma onda antipolítica que resultou na maior renovação da Câmara dos Deputados desde a redemocratização, os partidos tradicionais recuperaram poder e dinheiro. Ancorados no orçamento secreto e no fundão eleitoral, castas políticas se aproveitaram de um afrouxamento dos mecanismos de controle e transparência para se reorganizarem num sistema que deixa pouco espaço para novos atores e torna o Palácio Planalto ainda mais dependente do Congresso.
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Bruno Carazza, autor de "Dinheiro, Eleições e Poder": "A velha política está voltando a dar as cartas"
Em entrevista a GZH, economista e advogado que estuda as relações entre grandes grupos econômicos, parlamentares e governantes analisa cenário político brasileiro atual