A corrida para colocar o título em dia — impulsionada por campanhas nas redes sociais — teve um aumento classificado como “vertiginoso” pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS), na eleição desse ano. No último dia do prazo, finalizado nesta quarta-feira (5), foram gerados 75,7 mil pedidos de regularização ou de novas emissões no Rio Grande do Sul. O número ultrapassa em mais de seis vezes o que foi visto no pleito de 2018, quando 11,9 mil pessoas buscaram a Justiça Eleitoral na data-limite.
O secretário de Tecnologia da Informação do TRE-RS, Daniel Wobeto, credita à tecnologia disponível hoje o incremento recorde.
— Todos os atendimentos de 2018 foram presenciais. Não tinha a opção de fazer tudo online — explica Wobeto.
Os números vão ao encontro da análise de Wobeto: 55,5 mil pedidos (73,3% do total) no último dia do prazo foram pelo autoatendimento virtual, feitos pelos usuários sem sair de casa por meio da plataforma JE Digital — ou ainda diretamente na página do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Porto Alegre foi o domicílio mais indicado pelos eleitores que procuraram o serviço no último dia do prazo, com 11,2 mil inscrições, número próximo ao total de pedidos no Estado na eleição de quatro anos atrás.
— Mostra que esse aumento é vertiginoso, toda essa procura só em Porto Alegre — repete Wobeto.
É comparada a eleição atual com a de 2018 por se tratar da disputa aos mesmos cargos, em nível estadual e federal.
Mobilização nas redes
Nos últimos dias, uma mobilização foi criada por artistas pedindo a participação dos adolescentes na escolha dos próximos deputados, senadores, governadores e presidente da República. Um dado parcial, publicado por GZH em abril, mostrou que crescimento de 86% do público de 16 anos.
Não há, ainda, o detalhamento de quantos pedidos de novos títulos foram realizados por adolescentes em sua totalidade no RS.
Quase 150 mil pedidos estão em análise
Finalizado o período de inscrições, o TRE passará a verificar a documentação enviada por quem utilizou o site. Duplicidade em cadastros, envio de comprovante inválido e falta de algum dado estão entre os processos filtrados. De acordo com Wobeto, serão mais de 400 profissionais envolvidos nessa nova fase.
— Essa força-tarefa trabalhará em tempo integral, por uns 10 a 15 dias — estima Wobeto.
A regularização e emissão de novos títulos segue válida no site ou nos cartórios. No entanto, a partir de agora o eleitor só estará apto a votar na disputa municipal de 2024.