O senador Fabiano Contarato (Rede-ES), que reagiu na semana passada ao ataque homofóbico do empresário Otávio Fakhoury, investigado pela CPI da Covid, falou ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha, desta sexta-feira (8), que não se arrepende de ter aproveitado o espaço de fala para defender sua família e orientação sexual.
— Se eu não fizesse, eu não estaria dando vez e voz a milhões de brasileiros que passam por isso — disse o senador, que recebeu o ataque através de uma publicação no Twitter um dia antes do depoimento de Fakhoury no Senado.
Logo após ter sido convocado para depor na CPI da Covid, o empresário compartilhou uma postagem do senador, escrevendo: "O delegado, homossexual assumido, talvez estivesse pensando no perfume de alguma pessoa ali daquele plenário... Quem seria o 'perfumado' que lhe cativou?".
O senador rebateu a fala de Fakhoury - que é investigado por financiar a propagação de fake news na internet - em um momento que o presidente da comissão, Omar Aziz, concedeu seu espaço para que Contarato pudesse fazer sua defesa. Segundo ele, após a repercussão de sua fala, muitas pessoas o parabenizaram, e ele agradeceu a solidariedade que recebeu dos colegas senadores.
— É um ato de violência que você não tem como se defender. Nas redes sociais ficamos vulneráveis — disse o senador. — Se consegui tocar no coração das pessoas que ainda não acreditavam que todos são iguais perante a lei, eu já me sinto realizado — acrescentou.
Reta final na CPI
O relatório da comissão deve ser votado no próximo dia 20, e Contarato acredita que os trabalhos, que começaram em abril, ajudaram o país no combate à pandemia. Ele também acredita que os responsáveis pelos crimes investigados serão punidos, mas confessa que isso depende da ação do Ministério Público.
— A manifestação do presidente Augusto Aras será de extrema importância. Espero que a PGR (Procuradoria-Geral da República) dê uma resposta à sociedade.