O presidente Jair Bolsonaro disse na noite desta segunda-feira (12) que foi clara a decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), de mandar abrir uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para apurar denúncia contra ele, "não contra quem possivelmente desviou recursos" na pandemia.
— Eu não interfiro em lugar nenhum — afirmou. — Olha, nós estamos ligados à pandemia desde fevereiro do ano passado, quando gente liberou carnaval, mas tudo bem — disse, sem, no entanto, citar os nomes de Barroso nem de governadores.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), avalia a possibilidade de ampliar o escopo das investigações da CPI da Pandemia para incluir Estados e municípios.
A polêmica aumentou depois que o senador Jorge Kajuru (Cidadania-GO) gravou uma conversa com Bolsonaro na qual o presidente afirmou que investigar os gestores municipais e estaduais poderia fazer "do limão uma limonada".
No áudio, o chefe do Executivo diz que teria de "sair na porrada" com o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado e autor do pedido de criação da CPI da pandemia, caso os governistas não tenham controle do colegiado. A comissão mira ações do governo federal na pandemia.
No novo trecho da conversa, Kajuru diz ao presidente que não participaria da CPI, caso o tom do colegiado fosse de revanche. E Bolsonaro responde:
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— Se você não participa, daí a canalhada lá do Randolfe Rodrigues vai participar. E vai começar a encher o saco. Daí, vou ter que sair na porrada com um bosta desse.