A revisão do distanciamento controlado anunciada pelo governador Eduardo Leite nesta terça-feira (16) foi um misto de frustração e alívio para prefeitos de municípios das quatro regiões que, no sábado (13), receberam a notícia de que estariam na bandeira vermelha, que impõe mais restrições de atividades.
As macrorregiões de Santa Maria e Santo Ângelo voltaram para a bandeira laranja, podendo manter mais atividades econômicas em operação.
Para o prefeito de Santa Maria, Jorge Pozzobom, mesmo sendo um alívio a revisão desta terça-feira, a mudança ocorrida no sábado serviu de alerta para toda a cidade. Lembrou que o governo no Estado não havia levado em conta sete leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) que começaram a operar no Hospital de Caridade.
— O próprio governador Eduardo Leite mostrou hoje que o que houve foi uma questão de informação, de dados que não estavam atualizados. Então, foi um critério exclusivamente técnico — destacou Pozzobom durante uma live após o anúncio do governo do Estado.
Disse, ainda, que não há o que comemorar sobre o retorno para a bandeira laranja.
— Nós estamos, sim, num grande alerta. É um momento de todos nós termos o dever de cooperação social. Todos nós cuidando de todos nós — disse o prefeito.
Já as regiões de Caxias do Sul, a Serra, e a de Uruguaiana, Fronteira Oeste, foram mantidas na bandeira vermelha.
O prefeito de Caxias, Flávio Cassina, disse que recebe a notícia com muita frustração. Segundo ele, foi adotada uma série de medidas para ampliação do sistema de saúde.
— E nós contávamos com a reconsideração do governador — disse Cassina.
Conforme o chefe do Executivo municipal, a prefeitura estava, inclusive, trabalhando para melhorar ainda mais o cenário, chegando à bandeira amarela, que é usada para regiões com risco médio ou baixo no enfrentamento à pandemia.
— Nós tivemos uma videoconferência com os prefeitos da região e eles nos sinalizaram que a gente tem que trabalhar em cima daqueles itens que tratam da bandeira preta. Temos que concentrar as nossas energias e o nosso trabalho nisso — observa.
Já o prefeito de Bento Gonçalves, Guilherme Pasin, fez questão de dizer que o decreto estadual será cumprido, mas que segue contestando o formato do distanciamento controlado.
— Porque os dados de hoje não representam a sentença dada. Nós estamos sendo sentenciados por uma semana que passou. Não representa o momento que estamos vivendo — lamenta Pasin ao reforçar que o município vai apresentar os dados na próxima sexta-feira, “garantindo o retorno para a bandeira laranja”.