O governador Eduardo Leite manifestou, nesta terça-feira (19), apoio ao veto do presidente Jair Bolsonaro para garantir que os salários dos servidores fiquem congelados por um ano e meio. Leite falou sobre o tema ao ser questionado sobre a pauta da reunião online marcada para quinta-feira (21) entre Bolsonaro e os governadores.
— Consta que os governadores serão chamados a se manifestar sobre o veto do presidente aos reajustes salariais possíveis a funcionários públicos. Não sei se será isso, mas tem o meu apoio. A crise é grave e não é razoável que tenhamos aumentos salariais que aumentem o custo da máquina pública. Faz todo sentido que haja o veto — disse Leite, durante transmissão ao vivo em rede social.
O tema dos reajustes do funcionalismo é parte do projeto de lei, já aprovado pelo Congresso, que prevê socorro financeiro para Estados e municípios. O projeto original previa o congelamento total de salários até o fim de 2021, mas deputados e senadores incluíram categorias profissionais que, como exceções, poderiam ter reajustes. Bolsonaro tem dito que vetará esse trecho do projeto, e busca apoio de governadores para manter o congelamento total.
Ao tratar do tema, Leite voltou a criticar a demora de Bolsonaro em sancionar o socorro financeiro aos Estados e municípios. O governador destacou que a crise econômica somada à falta de ajuda do governo federal levará a um atraso de cerca de 40 dias na quitação da folha salarial dos servidores gaúchos.
— Quando for sancionado pelo presidente o projeto, ainda terá o tempo para tramitação e operação do repasse financeiro, o que deve acontecer somente no final de maio. Esse desencaixe de fluxo compromete o pagamento de nossas obrigações. No mês anterior tínhamos fechado em 13 dias (de atraso) o pagamento da folha, e agora vamos a mais de 40 dias (de atraso) para quitar a folha. Esse atraso é muito ruim — disse Leite.
Parcelamento no RS
Na última quinta-feira (14), o governo do Estado pagou mais uma parcela de R$ 700 dos salários de abril, quitando os vencimentos de quem recebe até R$ 2,2 mil. Ainda não há data para o pagamento da próxima parcela. O governo diz que depende do socorro da União para planejar os próximos depósitos. A previsão da Secretaria Estadual da Fazenda é terminar de pagar os salários de abril em 12 de junho.