Aliados do governo Eduardo Leite na Assembleia esperam receber nesta quarta-feira (15) o projeto que altera o plano de carreira dos professores já com o impacto do reajuste de 12,84% no piso nacional do magistério. A intenção é ter acesso aos números até o final da semana e propor modificações pontuais no texto, que enfrenta resistência da categoria.
Atualmente, o governo paga uma parcela que complementa o valor final do salário para chegar ao mínimo legal. A proposta já apresentada pretendia ampliar as faixas iniciais para acabar com a necessidade dessa reposição. No entanto, como o piso foi reajustado em 12,84% _ valor três vezes maior que a inflação _, o texto ficou defasado. Caso o governo não atualize as tabelas apresentadas, 12 das 36 faixas necessitariam de um completivo, o que dificultaria a aprovação.
_ Caso o governo nos remeta o texto já adaptado, vamos discutir e esperamos até o final da semana sinalizar quais os pontos em que há concordância _ relata o líder do governo na Assembleia, Frederico Antunes (PP).
O deputado coordena, desde a última semana, reuniões com a base aliada e representantes do governo para discutir os sete projetos ainda não votados do pacote encaminhado pelo Executivo e identificar pontos sem concordância que poderão travar as aprovações.
O Piratini quer que as propostas sejam votadas durante convocação extraordinária da Assembleia no final de janeiro. No entanto, o governador Eduardo Leite admite que há a possibilidade de não haver consenso em torno de todos os textos e até adiar a votação para fevereiro.
_ Nossa disposição é superarmos essa pauta toda o quanto antes. Se for possível, toda dentro de uma sessão extraordinária. Se não for, vamos avaliar. Poderá ser convocada (sessão) extraordinária para alguns projetos e para outros não. Ou poderá até chegar ao ponto de não ter convocação extraordinária — disse Leite, na manhã desta quarta-feira (14).
À tarde, após mal-estar com a base, integrantes do Piratini afirmaram que a convocação durante o recesso será realizada. O chefe da Casa Civil, Otomar Vivian, afirmou que “em nenhum momento, os deputados levantaram qualquer questão que pudesse levar a eventual não inclusão de algum projeto na convocação”.