As quatro horas utilizadas pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para proferir voto sobre o compartilhamento de dados sigilosos por órgãos de controle não foram suficientes para que colegas de plenário entendessem sua posição sobre o assunto.
Após ser questionado, ainda durante a sessão, ele afirmou que as respostas estavam no voto e que não iria repeti-las por já ter falado demais. Ainda assim, ficou de esclarecer pontos considerados nebulosos na sessão desta quinta-feira (21), quando o tema voltará a ser discutido. Ainda faltam as manifestações de 10 ministros.
Na saída do plenário, quando os magistrados passam próximo aos jornalistas, apenas separados por uma fita de contenção, receberam apelos de jornalistas que acompanharam a sessão. Os pedidos eram para que os ministros relatassem o que haviam entendido sobre a manifestação do colega.
O primeiro a comentar foi o relator da Operação Lava-Jato na Corte, Edson Fachin. Aos risos, pediu uma pergunta mais fácil. Momentos antes, ele estava em um grupo de sete magistrados que permanecia no local do julgamento, discutindo os termos apresentados por Toffoli.
Em seguida, passaram Marco Aurélio Mello, Ricardo Lewandowski, Cármen Lúcia e Luis Roberto Barroso. Também sorrindo, o grupo não parou. Ao se afastar, Barroso comentou, bem-humorado, que seria preciso "trazer um professor de javanês".
Por último, deixaram o local Rosa Weber e Alexandre de Moraes, que será o primeiro a votar na sessão desta quinta-feira (21). Em resposta a jornalistas que afirmaram estar com "muitas dúvidas", ele respondeu: "Eu também". Concluiu dizendo que "terá que estudar para votar".
O julgamento será retomado às 14h e a expectativa é que a conclusão da análise ocorra somente na próxima semana.