Procuradores da República protestaram nesta segunda-feira (9), em Porto Alegre, contra a indicação de Augusto Aras para o cargo de procurador-geral da república. Cerca de 30 membros da Procuradoria da República no Rio Grande do Sul (PRRS) e da Procuradoria Regional da República na 4ª Região (PRR4) participaram da mobilização.
O ato ocorreu no auditório da PRRS. Uma faixa erguida pelos procuradores defendia a lista tríplice da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR) que definiu os três mais votados pela categoria para ocupação do cargo, e que não foi levada em conta pelo presidente Jair Bolsonaro. O subprocurador-geral da República Augusto Aras não participou da disputa interna da categoria.
O chamado Dia Nacional de Mobilização pela Independência do MPF foi organizado com o apoio da ANPR em diversos Estados.
— Nós temos um compromisso com a democracia, com a independência da instituição como um todo e achamos que é complicado que a instituição em algum momento da escolha do procurador-geral seja tratada quase como um órgão de governo, o que não é. O Ministério Público é um órgão de Estado, independente dos poderes —destacou o diretor de Assuntos Corporativos da ANPR e procurador regional da República da 4ª Região, Carlos Augusto da Silva Cazarré.
Os procuradores se reuniram para discutir a chamada “Carta em defesa da independência do Ministério Público Federal”, divulgada nesta segunda-feira (9) pela diretoria da ANPR.
A eleição para composição da lista tríplice ocorreu em junho. Cerca de 82% dos membros da carreira participaram da votação, organizada pela ANPR. Os subprocuradores-gerais da República Mário Bonsaglia e Luiza Frischeisen e o procurador regional da República Blal Dalloul foram os mais votados, respectivamente. Embora o presidente não seja legalmente obrigado a seguir as indicações da lista tríplice, todos os que assumiram o cargo desde 2003 o fizeram.