O ministro da Defesa, Raul Jungmann, disse, nesta quinta-feira (22), que a possibilidade de migração de criminosos do Rio de Janeiro para outros Estados é "plausível" e causa preocupação. O Rio está sob intervenção federal na área de segurança pública desde a última sexta-feira (16).
Jungmann afirmou ainda que, na próxima semana, o general Walter Souza Braga Netto, nomeado interventor, deve apresentar à imprensa o plano detalhado de ação no Estado.
— Ele espera nos próximos dias apresentar (o plano). Acho que essa semana não mais, mas possivelmente no início da próxima — disse Jungmann.
Segundo o ministro, a migração do crime ocorre onde há maior eficácia das forças de segurança e pode se dar inclusive dentro de um mesmo Estado.
— É plausível (a migração do crime organizado). Essa migração ocorre dentro do Rio de Janeiro, dentro de Pernambuco, dentro de Goiás. Onde você tem uma eficácia maior das forças de segurança, o crime, em certa medida, migra. Essa é uma preocupação que temos de ter e temos de cuidar para que ela não se corporifique — disse, em entrevista a jornalistas.
Nesta quinta, o ministro da Justiça, Torquato Jardim, se reuniu com secretários de segurança pública de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, que são vizinhos do Rio de Janeiro.
— Claro que preocupa e claro que é importante ter a cooperação desses Estados. Acredito que o futuro Ministério da Segurança vai se debruçar sobre isso em conjunto com esses governos — respondeu.
Reunião do Conselho
O ministro recebeu, na manhã desta quinta, o presidente Michel Temer e os comandantes das Forças Armadas no Ministério da Defesa para a reunião do Conselho Militar de Defesa. Segundo Jungmann, a intervenção na área de segurança no Rio de Janeiro não foi discutida durante o encontro.
Um dos temas da reunião, segundo Jungmann, foi o Orçamento de 2018, que será de cerca de R$ 13 bilhões para investimento, após o contingenciamento. Ele informou que há R$ 100 milhões reservados para operações de Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Após a reunião do conselho, Temer almoçou com o ministro e militares. Ao deixar o ministério, Temer deu uma rápida declaração e disse que, na reunião, ouviu uma ampla exposição sobre o trabalho das Forças Armadas.