Dois dias após a apresentação de nova denúncia pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o presidente Michel Temer estuda fazer neste sábado (16) um pronunciamento para se defender das acusações contidas no texto. A peça acusa o presidente de ter cometido os crimes de organização criminosa e obstrução da Justiça. Na sexta (15), após participar de uma cerimônia no Rio de Janeiro, Temer evitou comentar o assunto.
Conforme a Rádio Gaúcha apurou, a decisão será tomada no final da manhã, após reunião de Temer com o ministro da Secretaria-Geral de Governo, Moreira Franco, em Brasília. Moreira também é alvo da denúncia, que inclui ainda o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, e outros aliados do presidente, como Henrique Eduardo Alves e Eduardo Cunha, presos pela Operação Lava-Jato.
Se for confirmado, o pronunciamento deve ser realizado à tarde, no Palácio do Planalto.
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A possibilidade de reação à denúncia por meio de um pronunciamento foi discutida por Temer e o marqueteiro Elsinho Mouco na sexta-feira, em São Paulo. O marqueteiro é favorável à manifestação. Oficialmente, no entanto, o Planalto nega a possibilidade. Interlocutores do presidente têm resistido à ideia.
Nos últimos dias, Temer subiu o tom das críticas a Rodrigo Janot, que se despede do cargo neste domingo.
"O procurador-geral da República continua sua marcha irresponsável para encobrir suas próprias falhas. Ignora deliberadamente as graves suspeitas que fragilizam as delações sobre as quais se baseou para formular a segunda denúncia contra o presidente da República, Michel Temer", afirmou a nota divulgada pelo Planalto na última quinta-feira.
Na próxima segunda-feira, Raquel Dodge assumirá como procuradora-geral da República.