
Em entrevista relâmpago, marcada por empurrões de seus seguranças contra jornalistas, o presidente Michel Temer disse, em Nova York, nesta quarta-feira (20), que o Supremo Tribunal Federal (STF) é "soberano" para decidir se devolve à nova procuradora-geral da República, Raquel Dodge, a denúncia apresentada contra ele pelo ex-ocupante do cargo, Rodrigo Janot.
O presidente falou enquanto se retirava de seminário com investidores promovido pelo jornal Financial Times. Temer não respondeu perguntas sobre a queda de sua popularidade para 3%, mas chamou a atenção de repórteres para um pequeno grupo de manifestantes que o aguardava na saída do hotel onde o evento foi realizado.
— Venha registrar o protesto. Vem cá, venha registrar o protesto o protesto de quatro pessoas — disse Temer, enquanto seus seguranças impediam a passagem de jornalistas e empurravam os que tentavam fazer exatamente o que o presidente havia sugerido.
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Quatro pessoas gritaram "golpista" e "traidor" no momento em que Temer deixou o edifício. Um deles carregava cartaz com os dizeres "Temer não tem legitimidade, 0% de aprovação".
Repetindo o que declarou aos investidores, o presidente disse que as reformas propostas por seu governo vão avançar.
— Vamos continuar com as reformas, tranquilo. Vocês não viram? Vocês me ouviram aí, as reformas vão continuar. Eu não falo de graça.
Temer chegou a Nova York na segunda-feira (18) à noite, e limitou seu contato com a imprensa a entrevistas relâmpago, de menos de cinco minutos, ou a declarações depois das quais não respondeu a perguntas. Na noite de terça-feira (19), Temer apareceu diante de jornalistas brasileiros para o que seria uma entrevista coletiva. O presidente se limitou a falar sobre o encontro que havia tido com empresários. Em seguida, deixou o local e ignorou as questões sobre política doméstica.