Prestes a enviar à Assembleia Legislativa os projetos de divisão do Instituto de Previdência do Estado (IPE) em duas autarquias, o Palácio Piratini trabalha para harmonizar a relação com a base governista. O chefe da Casa Civil, Fábio Branco, está empenhado em garantir a adesão total do PP, terceira maior bancada da Casa, com sete integrantes. Alguns deputados do partido têm feito críticas públicas ao governo José Ivo Sartori.
— O PP tem sido um aliado fiel, contribuindo para o enfrentamento de temas importantes para o Estado. O líder, deputado João Fischer, nos ajuda muito dentro do partido e inclusive na relação com as outras bancadas — assegura Branco.
Fatiada em cinco projetos, a separação do IPE tramitará em regime de urgência. A iniciativa prevê a criação do IPE-Saúde e do IPE-Previdência, com autonomia financeira e funcional para os órgãos. O presidente do IPE é o ex-deputado Otomar Vivian, também do PP, o que deve facilitar o diálogo com a bancada.
Para o chefe da Casa Civil, a baixa produtividade da Assembleia em 2017 não deve influenciar na apreciação de temas importantes para o governo. Levantamento publicado por Zero Hora na quarta-feira mostrou que, em média, os deputados votaram apenas um projeto por sessão neste ano. Nos anos anteriores, a média era de duas votações por reunião. Branco atribui as dificuldades à postura da oposição, que estaria se negando a dar acordo para levar à votação muitas matérias de autoria do Piratini. O secretário também admite que alguns projetos são impopulares e enfrentam resistência na própria base.
— Alguns deputados têm preocupações eleitorais. Por isso, temos aperfeiçoado a comunicação e a relação com as assessorias. Há projetos difíceis, mas são fundamentais para o futuro do Estado. E preciso aqui fazer um reconhecimento: a base nunca nos faltou.