Procuradores da força-tarefa da Operação Lava-Jato divulgaram nota negando a possibilidade de "abandonar os cargos" por causa da nomeação de Raquel Dodge como nova procuradora-geral da República. A manifestação, desta sexta-feira (30), é resposta a uma matéria da revista Época.
Segundo a publicação, os procuradores consideram que Temer optou por Dodge para "sufocar a Lava Jato", e por isso estariam ameaçando uma "debandada". A nota diz que não foi "cogitada alguma renúncia, individual ou coletiva".
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"Os procuradores lembram que exercem sua função com profissionalismo e imparcialidade e que vão seguir em sua missão constitucional com serenidade e firmeza, como se espera de todos os representantes do Ministério Público", diz o texto.
Os integrantes também declararam respeito à indicação da nova procuradora-geral. Raquel Dodge foi a segunda colocada na eleição da Associação Nacional dos Procuradores da República (ANPR). O presidente Temer optou por nomeá-la para o lugar de Rodrigo Janot, que deixará o cargo em setembro.
Nos bastidores, Raquel é considerada "pouco alinhada" a Janot. Este seria um dos motivos de Temer para torná-la chefe do Ministério Público Federal. Após a denúncia da PGR contra Temer, as desavenças do peemedebista e do atual procurador se tornaram cada vez mais evidentes.