É na indecisão sobre quem seria o sucessor de Michel Temer que o Planalto tem se apoiado para negociar com aliados uma "sobrevida" no governo. De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, auxiliares do presidente, que têm conversado com os principais articuladores de eleições indiretas, acreditam que os grupos ainda não estão "maduros".
Na avaliação deles, há uma falta de entendimento entre os movimentos dos ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB), José Sarney (PMDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que dificultaria a construção de um nome comum para suceder o cargo ocupado por Temer. Ainda segundo o jornal, os articuladores vão apostar nessa falta consenso para ganhar tempo e tentar recuperar folego para as votações no Congresso.
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As eleições indiretas seriam convocadas caso Temer seja cassado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), no início de junho.
Desde a divulgação dos detalhes da delação da JBS, o que desencadeou a mais grave crise do governo Temer, os partidos da base aliada e da oposição começaram a articular a substituição do presidente por entenderem que a crise é incontornável.
Ainda segundo o jornal Folha de S. Paulo, o que o governo oferece aos aliados para ganhar tempo, em especial ao PSDB, é a opção de fazer uma "transição responsável", nas palavras de um assessor de Temer, e com a possibilidade de os tucanos adotarem uma postura independente no ano final da gestão peemedebista.