O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez críticas à imprensa em seu interrogatório ao juiz federal Sergio Moro nesta quarta-feira (10). Ao longo do depoimento, o petista reclamou da intensa cobertura dos veículos de comunicação e do que classificou de "vazamentos". O ex-presidente citou o número de capas "demonizando o Lula" que as principais revistas dedicaram a ele nesses anos de Lava Jato – nominou IstoÉ, com 25 capas, Veja, com 19, e Época, com 12.
– Eu falo vazamento que sai pra imprensa, porque determinadas coisas são feitas, eu conheço os vazamentos, eu sei os vazamentos, é como se o Lula tivesse... pela imprensa, pelo Ministério Público, sendo procurado: procura-se vivo ou morto – disse o ex-presidente, que citou, entre outros veículos, o jornal O Estado de S.Paulo. – São 318 matérias contrárias e duas favoráveis – reclamou.
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Ao classificar a imprensa de "o principal julgador", Lula exigiu que fossem apresentadas provas contra ele.
– Se tem um brasileiro que deseja contar a verdade sou eu. O que eu quero é que tenham respeito comigo. Pelo amor de Deus apresentem uma prova, chega de diz-que-diz.
O encontro de Lula com Moro durou quase cinco horas. O depoimento trata da acusação de que Lula teria recebido vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio de um triplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e também pelo armazenamento de bens depois que ele deixou a Presidência, entre 2011 e 2016. Neste processo, o primeiro da Lava-Jato em que o petista senta no banco de réus, Lula responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Um esquema especial de segurança foi montado pelo governo do Paraná para evitar confrontos entre manifestantes e outras intercorrências. Houve um bloqueio em um raio de 150 metros em torno do prédio, e apenas jornalistas credenciados e moradores da região puderam passar pelos policiais. A Polícia Militar (PM) do Estado cuidou da segurança nas ruas ao redor do prédio da Justiça Federal, que era monitorado pela Polícia Federal.