Portaria do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) exonerou de cargos comissionados os superintendentes federais da pasta no Paraná, Gil Bueno de Magalhães, e de Goiás, Júlio César Carneiro. Na sexta-feira, depois que a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Carne Fraca, o governo anunciou o afastamento de 33 servidores suspeitos de envolvimento nas irregularidades investigadas.
A operação da PF denunciou um esquema criminoso envolvendo empresários do agronegócio e fiscais agropecuários que facilitavam a emissão de certificados sanitários para alimentos inadequados para o consumo. De acordo com as investigações, frigoríficos envolvidos nesse esquema criminoso "maquiavam" carnes vencidas e as reembalavam para conseguir vendê-las. As empresas subornavam fiscais do ministério para que autorizassem a comercialização do produto sem a devida fiscalização.
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Segundo a PF, o esquema envolvia servidores das superintendências regionais do Ministério da Agricultura nos estados do Paraná, Minas Gerais e Goiás. Os investigadores informaram que eles atuavam diretamente para proteger grupos de empresários em detrimento do interesse público.
O caso levou o presidente Michel Temer a anunciar, no domingo, mais rigor na fiscalização dos frigoríficos brasileiros e a determinar celeridade nas auditorias a serem feitas nos estabelecimentos envolvidos no esquema. O anúncio foi feito na presença de ministros de estado e cerca de 40 representantes de países importadores de carne brasileira.
Segundo o presidente, os problemas descobertos pela Operação Carne Fraca são pontuais.
– É importante sublinhar que dos 11 mil funcionário do Ministério da Agricultura, apenas 33 estão sendo investigados e das 4.837 unidades sujeitas a inspeção federal, apenas 21 estão supostamente envolvidas em irregularidades – disse o presidente.
*Estadão Conteúdo