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O deputado federal Marco Maia (PT-RS) se manifestou, na tarde desta segunda-feira (5), sobre a operação Deflexão, da Polícia Federal (PF), que fez buscas em imóveis relacionados a ele e ao ex-senador e atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo. Os dois são investigados por envolvimento em um suposto esquema de cobrança de propina na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, em 2014. Maia negou as acusações e chamou os delatores que citaram seu nome de mentirosos.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o parlamentar citou o resultado de seu trabalho à frente da CPMI, da qual era relator. Maia lembrou que sugeriu o indiciamento de 53 pessoas por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Para ele, as acusações são uma retaliação ao resultado da comissão.
O deputado disparou críticas aos executivos de empreiteiras e ao ex-senador Delcídio do Amaral (eleito pelo PT, hoje sem partido).
“Nós fomos os primeiros a indiciar o Nestor Cerveró, o que desagradou a ele (Delcidio), porque vivia fazendo pressões para que Cerveró não fosse punido, era seu protegido”, disse Maia.
Até agora, segundo o deputado, dez pessoas foram ouvidas na investigação sobre o suposto esquema em que ele estaria envolvido, e apenas uma citou seu nome, o ex-consultor da Toyo Setal Júlio Camargo.
“O seu depoimento mente descaradamente, dizendo que esteve comigo em uma casa no Lago Sul de propriedade de uma irmã minha, primeiro porque não tenho casa no lago Sul e segundo porque não tenho irmã”, argumenta Maia.
O parlamentar garantiu não ter recebido verba de forma irregular, seja para campanha eleitoral ou para aumentar seu patrimônio. Ele também rebateu as acusações do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro, que, em setembro, prestou depoimento afirmando que Maia recebeu R$ 1 milhão da empreiteira para evitar convocações na CPMI.
Sobre as buscas feitas pela PF nesta segunda, Maia disse que foram recolhidos documentos e um celular de sua esposa. Ele chamou a operação de “exagerada”, e disse que nunca foi chamado para prestar esclarecimentos. No entanto, ainda não sabe se prestará queixa sobre o trabalho executado pela PF.