
O processo instaurado pela Comissão de Ética da Presidência da República contra o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, não será interrompido com a carta de renúncia que ele enviou nesta sexta-feira (25) ao presidente Michel Temer. De acordo com o presidente da comissão, Mauro Menezes, Geddel tem até o dia 1° de dezembro para apresentar sua defesa.
Menezes disse que, como ex-autoridade pública, a Comissão de Ética não tem mais poder para demitir Geddel, mas explicou que cabe ao colegiado analisar tanto a conduta de autoridades quanto de ex-autoridades.
"Nós apenas recomendamos e deixamos registrado que ele [autoridade] tem no seu currículo uma determinada avaliação quanto a seu comportamento ético", disse Menezes. “Transgressão à ética pública é, sem dúvida, a antessala de violações mais sérias que podem ser cometidas na vida pública”, acrescentou.
De acordo com notícias publicadas na imprensa, em depoimento na Polícia Federal, o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero disse que foi pressionado por Geddel para conseguir a liberação de um empreendimento imobiliário em Salvador, cujas obras estavam embargadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Geddel admitiu que tem um apartamento neste empreendimento.
Segundo Calero, a questão da obra embargada e do pedido de Geddel foi discutida também com o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, e o presidente Michel Temer.