
Ex-ministro de Dilma e atual secretário do Programa de Parceria e Investimento (PPI) do governo, Moreira Franco está entre os mais cotados para assumir a vaga de Geddel Vieira Lima na Secretaria Geral de Governo. Homem de confiança do presidente Michel Temer, Franco tem boa articulação com o Congresso Nacional.
Além disso, ao entregar a pasta ao peemedebista, o Planalto também garantiria foro privilegiado a ele - o que o beneficiaria ao se confirmar a delação premiada de executivos da construtora Odebrecht na Operação Lava Jato.
No governo Dilma, Moreira Franco ocupou a extinta Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) e foi ministro da Secretaria de Aviação Civil. Hoje, tem papel importante nos planos do governo de entregar aeroportos, estradas e outras obras de infraestrutura à iniciativa privada.
Para manter o peemedebista na atual função, Temer também estuda como alternativa alçar ao cargo de ministro algum político com origem na Câmara dos Deputados. Estão na lista Darcísio Perondi (PMDB-RS), Baleia Rossi (PMDB-SP), Jovair Arantes (PTB-GO) e Rogério Rosso (PSD-DF).
Encontro com o PSDB
Nesta sexta-feira, Temer também se reuniu em um almoço com a cúpula do PSDB. Os tucanos apoiam projetos polêmicos do governo que tramitam no Legislativo e, por isso, têm chance de emplacar um nome na Secretaria de Governo.
A intenção do Palácio do Planalto é encontrar um titular para o cargo ainda na próxima semana. Temer tem pressa pois precisa de apoio para aprovar a PEC do teto de gastos, que está marcada para ser votada na terça-feira (29) no Senado; para a reforma da Previdência, cujo texto deve ser enviado ainda este ano ao Parlamento; e para as dez medidas contra a corrupção, que estão sob análise da Câmara.
Demissão de Geddel
Geddel Vieira Lima confirmou na manhã de hoje sua saída da Secretaria Geral de Governo. Ele divulgou uma carta de demissão, que foi encaminhada ao presidente Temer.
No texto, Geddel diz que as críticas aumentaram, trazendo sofrimento aos seus familiares. “Quem me conhece sabe ser esse o limite da dor que suporto. É hora de sair”, escreveu.
A demissão ocorreu após repercussão das acusações feitas pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que prestou depoimento à Polícia Federal acusando Geddel de pressioná-lo para liberar a obra de um empreendimento imobiliário em Salvador.