A presidente afastada, Dilma Rousseff, confirmou na manhã desta quarta-feira ao jornal Folha de S. Paulo que fará pessoalmente sua defesa no julgamento do Senado.
Dilma procurou o jornal para fazer o comunicado reafirmando que está sendo julgada por um processo de impeachment sem crime de responsabilidade.
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Ela havia ficado incomodada com a veiculação de informações de que poderia não comparecer ao julgamento por medo de represálias.
– Nunca tive medo disso. Aguentei tensões bem maiores na minha vida. É um exercício de democracia – disse à Folha.
Na última semana, o ex-ministro Miguel Rossetto já havia anunciado a decisão da presidente à Zero Hora, após passar a semana com a presidente afastada em Brasília. O gaúcho integra o grupo de aliados que ajuda a presidente a traçar a estratégia para a reta final do processo que pode cassar o mandato da petista.
A data do comparecimento de Dilma no Senado deve ser definida nesta quarta-feira, em reunião entre os presidentes do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, e do Senado, Renan Calheiros.
Eles definirão o roteiro do julgamento final, marcado para começar no próximo dia 25, às 9h, no plenário do Senado. A tendência é de que a presidente afastada fale no dia 29, no terceiro dia de julgamento.