Não foi um acidente que matou sete pessoas na BR-392, entre Roque Gonzales e Porto Xavier. Foi um crime de trânsito praticado por um motorista embriagado, dirigindo em alta velocidade um Vectra que se espatifou no choque com um Gol. Além do motorista do Vectra e de sua mulher, morreram cinco pessoas de uma mesma família, que voltavam de um culto religioso. Sete vítimas, o mesmo número de vidas perdidas na BR-386, na semana passada. Com uma diferença: esta foi a crônica de uma morte anunciada.
Marcia Perassolo Dias, 26 anos, ligou para a mãe e contou que estava com medo de voltar para casa com o marido porque ele estava bêbado. A mãe a aconselhou a não pegar carona, mas ela disse que o marido prometera não correr e embarcou no Vectra para sua última viagem. A irmã, Janice, ligou para a Brigada Militar, descreveu o carro, deu o nome do cunhado e pediu que o interceptassem.
A BR-392 é uma estrada federal, mas Janice não tinha obrigação de saber que deveria ligar para o 191 e não para o 190. A BM saiu atrás, mas era tarde. Sem saber a placa do Vectra, não conseguiu localizá-lo.
Esse episódio trágico pode servir para as autoridades repensarem suas campanhas e suas políticas de prevenção a acidentes, que estão falhando por serem escassas, tímidas e com falta de foco. Em vez de repetir, "se for dirigir não beba", deve ampliar o apelo para os que estão em volta e tentar convencer cada cidadão a não pegar carona com bêbado e tentar impedir que um motorista embriagado assuma o volante.
E, se a polícia receber o aviso de que há um bêbado colocando em risco a vida de outras pessoas, que faça de tudo para encontrá-lo, antes que seja tarde.
Confira em infrográfico:
>>> Veja como foi o acidente que causou sete mortes na BR-392
Opinião
Rosane de Oliveira: Sete mortes que poderiam ter sido evitadas
Rosane de Oliveira
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project