Sem demonstrar preocupação com os movimentos do ex-ministro José Serra, que claramente ainda não jogou a toalha, o senador Aécio Neves fez discurso de candidato ontem, na passagem por Porto Alegre, embora ressalvasse a todo momento que viaja e fala como presidente nacional do PSDB. Com um discurso recheado de críticas ao governo Dilma Rousseff, o tucano bateu na tecla de que o Brasil precisa de um novo ciclo, com planejamento, gestão e atração de investimentos estrangeiros.
Na Federasul e, depois, em entrevista a veículos do Grupo RBS, Aécio repetiu que o Brasil está se transformando num "cemitério de obras inacabadas", que a imagem do país é a pior possível aos olhos dos investidores estrangeiros e que o governo do PT coloca em risco algumas das conquistas da gestão do PSDB, como a estabilidade econômica. E provocou risos ao dizer que "o PT usa um software pirata dos programas do PSDB".
Depois de afirmar que o Bolsa Família nada mais é do que "o adensamento dos programas sociais criados no governo do PSDB", falou das diferenças entre a visão tucana e a petista:
- Para eles, o Bolsa Família é o fim. Para nós, é só o começo. Eles comemoram o aumento do número de pessoas incluídas no Bolsa Família. Eu teria muita alegria em anunciar que 2 milhões saíram do programa porque conseguiram se emancipar.
Mais de uma vez, Aécio questionou a capacidade gerencial do PT e sintetizou o governo Dilma como de "crescimento pífio, inflação alta e descontrole das contas públicas". E desdenhou das pesquisas que mostram a presidente em primeiro lugar, com possibilidade de vencer no primeiro turno:
- Se alguém deve estar preocupado com as pesquisas, é Dilma, porque 60% não estão com ela. Sem debate, 40% é pouco. Quem for para o segundo turno contra ela ganha a eleição.
Opinião
Rosane de Oliveira: "Aécio fala como candidato e ataca o PT"
Rosane de Oliveira
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