Combinados, os resultados das duas últimas pesquisas do Ibope dão à presidente Dilma Rousseff uma situação relativamente confortável a um ano da eleição. O levantamento encomendado pela Confederação Nacional da Indústria e divulgado na sexta-feira confirma outras sondagens que apontam recuperação progressiva da popularidade perdida nos protestos de junho. Na véspera, o Estado de S.Paulo havia divulgado outra sondagem do Ibope mostrando que Dilma ampliou a vantagem sobre os adversários em todos os cenários propostos.
Os números positivos das duas pesquisas, assim como os anteriores, de outros institutos, não significam que a eleição será fácil. Eles dizem que Dilma seria reeleita se o pleito fosse hoje, mas o quadro pode sofrer alterações nos próximos 12 meses por conta de fatores internos e externos, a começar pelo comportamento da economia. A mesma pesquisa aponta saúde, segurança e educação como áreas críticas.
A um ano da eleição, Dilma não tem um adversário forte. A queda de Marina pode ser atribuída à incerteza dos eleitores em relação à viabilidade da Rede, que ainda não conseguiu registro no TSE. Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB) estão em campanha pelo país, mas seguem com índices inferiores aos de Marina.
A pesquisa CNI/Ibope mostra que a avaliação positiva de Dilma subiu de 31% para 37% e sua aprovação pessoal saltou de 45% para 54%. São números ainda distantes dos que a presidente tinha antes dos protestos de junho, mas a curva da evolução indica que a estratégia do marqueteiro João Santana está dando certo. Dilma não se limitou aos cinco pactos anunciados no auge dos protestos e que ainda não produziram resultados significativos. Ela saiu da toca, viajou pelo Brasil, apostou no programa Mais Médicos e falou grosso com os Estados Unidos, por conta das denúncias de espionagem.
A essas ações, cuidadosamente pensadas para reverter o desgaste provocado pelas manifestações de rua, somaram-se resultados que ajudam a explicar a recuperação da popularidade: o desemprego caiu, a economia deu sinais de melhora o dólar baixou depois de ter ido às alturas.