Num sinal de que não pretende deixar a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, o deputado pastor Marco Feliciano (PSC-SP) divulgou ontem em seu site que "já prepara viagem oficial" à Bolívia "nos próximos dias". O objetivo é interceder no caso dos 12 corintianos presos no país vizinho após a morte de um adolescente em um jogo de futebol contra o San José, no último dia 20.
De acordo com o site, Feliciano foi recebido pelo embaixador da Bolívia, Jerjes Justiano Talavera, que teria prometido apoio à comissão para chegar a uma solução sobre o assunto. O deputado afirma que Tavalera o convidou para ir à Bolívia e acompanhar a situação dos torcedores brasileiros detidos.
Eleito neste mês para o comando da comissão, Feliciano vem sendo pressionado por vários segmentos da sociedade a deixar o cargo desde que fez comentários preconceituosos contra homossexuais e negros por meio das redes sociais. O presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que, no último dia 20, apelou para que o deputado renunciasse, deve tomar uma decisão sobre o caso até amanhã.
No sábado, mais um protesto, na avenida Paulista, reforçou a rejeição ao parlamentar. Como forma de ironizar a conduta do deputado, um pequeno grupo de gays e simpatizantes da causa reuniu-se no Beijaço de Repúdio, ato organizado por meio do Facebook.