Passados cinco meses e meio do término da força-tarefa que investigou irregularidades no Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), as 10 principais medidas anunciadas para conter potenciais focos de corrupção no órgão ainda engatinham: uma parte sequer saiu do papel e a outra ainda está em processo de execução.
A morosidade é explicada por fatores como interposições judiciais e burocracia, que levaram o governo a perder prazos estipulados por ele próprio para cumprir parte das modificações.
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Veja o que foi anunciado, o que foi feito e os próximos passos
Composta às pressas em abril para enterrar uma possível CPI na Assembleia Legislativa, a força-tarefa integrada pelo Palácio Piratini, Ministério Público e Tribunal de Contas nasceu para investigar denúncias reveladas em reportagens da RBS TV de que servidores do Daer teriam direcionado licitações, superfaturado preços e manipulado a instalação de pardais em locais desnecessários, como em ruas de chão batido.
As investigações foram ampliadas e os próprios integrantes do governo anunciaram descobertas que envolviam descalabros no pedágio comunitário de Portão, na gestão de rodoviárias e na concessão de linhas de ônibus intermunicipais, atividades comandadas pelo Daer.
Depois do diagnóstico, coube ao secretário da Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque, anunciar uma lista de ações que seriam efetivadas para mudar a cara do Daer, órgão que está sob o guarda-chuva da sua pasta.
A licitação internacional para adquirir 77 pardais, por exemplo, foi anunciada como medida imediata. Contudo, cinco meses e meio depois, o edital ainda não foi lançado. Sem as contratações, os pardais que deveriam fiscalizar os motoristas nas rodovias estaduais estão desligados desde novembro de 2010. Também há atraso na contratação de 150 lombadas eletrônicas.
Em meio a tantas promessas pendentes, os principais avanços foram verificados na responsabilização de supostos envolvidos em irregularidades no Daer, considerando que quatro servidores do órgão respondem a ações penal e de improbidade administrativa, e na reformulação do pedágio comunitário de Portão.
Depois da devassa
Renovação do Daer segue em ritmo lento após cinco meses do fim de força-tarefa
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