A situação do histórico Estádio Olímpico Monumental chama atenção de quem passa pelas avenidas Cel. Gastão Haslocher Mazeron, José de Alencar e Dr. Carlos Barbosa, no bairro Azenha. O futuro do complexo, desocupado há 11 anos, ainda é incerto. Há quem defenda intervenção da prefeitura para que a área possa ser aproveitada.
A possível desapropriação é o tema da última reportagem da série Vida Real, na qual os postulantes à prefeitura foram convidados a responder, de forma sucinta, a respeito de assuntos que impactam diretamente no cotidiano dos porto-alegrenses. Dos quatro principais candidatos, três admitem a possibilidade de desapropriar o estádio. Uma é contra.
O primeiro gol do Tricolor no Olímpico foi marcado em setembro de 1954, em uma partida contra o Nacional, do Uruguai. Quase 60 anos depois, o Grêmio inaugurou sua atual casa, a Arena, em 8 de dezembro de 2012.
Desativado desde 2013, o Olímpico é motivo de preocupação para os moradores das redondezas, que alegam problemas como falta de segurança e poluição.
Em setembro de 2022, a prefeitura enviou à Câmara de Vereadores um projeto de lei estabelecendo prazo de um ano para o início da demolição do estádio pela construtora OAS, responsável por obras de contrapartida à construção da Arena no bairro Humaitá. Caso o prazo não fosse cumprido, o regime urbanístico aprovado em 2009 para a região do Olímpico seria revogado.
O regime especial aumentou o índice de valorização do terreno e expandiu o limite de altura de edificações da zona. A proposta, porém, não foi votada até hoje pelos parlamentares.
No início de setembro, conforme revelado pela coluna Estamos em Obras, de Zero Hora, o empresário Remi Acordi e o arquiteto José de Barros Lima apresentaram à direção do Grêmio uma alternativa para solucionar o impasse e dar nova destinação ao espaço na Azenha.
O plano envolveria conservar parte do estádio em meio a prédios residenciais e comerciais. Pela proposta, até 14 imóveis de 20 andares seriam construídos ao longo de uma década. O projeto prevê que o espaço do gramado, com as goleiras, seja preservado. Ele poderia receber grama sintética e se tornar um palco multiuso, apto a receber shows e eventos.
Parte da arquibancada também poderia ser mantida. A ideia é que o espaço receba atividades de cultura, saúde e educação, geridas pela prefeitura.
Você é a favor ou contra a desapropriação do Estádio Olímpico, que está abandonado há 11 anos?
Veja as respostas dos candidatos, em ordem alfabética:
Felipe Camozzato (Novo) - A favor
Essa é bom falar com os advogados, porque entendo que é de interesse público que haja um uso daquela área. Ao mesmo tempo, não quero violar contratos que garantam o direito de propriedade. Existe uma discussão sobre eventual descumprimento dos contratos, o que daria brecha para a retomada. Diante disso, eu seria a favor de ter intervenção para que possa ser dado o melhor uso.
Juliana Brizola (PDT) - A favor
Olha, eu sou a favor, porque aquilo ali virou algo jogado no meio da cidade. Inclusive, a gente sabe que acaba sendo utilizado de má forma, por pessoas, enfim, que usam drogas ali dentro, a comunidade do entorno fica preocupada que aquilo virou um entulho e, se até agora não foi resolvido, então eu sou a favor.
Maria do Rosário (PT) - Contra
Sou a favor de uma destinação social e de diálogo com o Grêmio também. Eu não quero fazer uma desapropriação unilateral. Então, eu sou contra, não vou fazer uma desapropriação unilateral, mas pretendo dialogar com o Grêmio para que ele construa com a cidade a melhor destinação possível para a otimização econômica e valorização daquela região que está perdendo valor.
Sebastião Melo (MDB) - A favor
Sou favorável, já passou do tempo de retomar esse processo, porque a lei deu uma condição urbanística para aquela região diferenciada, mas não botou um prazo para começar as obras. Então o que eu sou favorável é retirar os índices que foram dados, aquele incentivo de altura, e aí você tomar a decisão logo ali na frente do que fazer. Insistir exaustivamente em uma negociação.