O ataque do presidente Jair Bolsonaro (PL) à jornalista Vera Magalhães, da TV Cultura, no debate presidencial na noite deste domingo (28), provocou reações de outros candidatos ao Palácio do Planalto em outubro. O debate realizado na noite deste domingo (28) foi organizado por Folha de S.Paulo, UOL, Band e TV Cultura.
— Vera, não podia esperar outra de você. Acho que você dorme pensando em mim. Você tem alguma paixão por mim. Você não pode tomar partido num debate como esse, fazer acusações mentirosas ao meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro —disse Bolsonaro exaltado.
O candidato Ciro Gomes (PDT) reforçou seu discurso como uma candidatura pacificadora nas eleições de 2022. O pededista afirmou que "PT e Bolsonaro vão produzir coisas que o Brasil não merece":
— Nós precisamos restaurar a paz, reconciliar o Brasil ao redor de um novo e generoso projeto de desenvolvimento. Brigam para valer, mas patrocinam o mesmo modelo econômico, mesmo modelo de governança política em que a corrupção e a fisiologia são o centro do modelo de organização da política brasileira.
De acordo com ele, mudar o país significa "devolver a condição que nós sabemos fazer", a exemplo de retomar a vacinação a nível nacional, com reconhecimento internacional. Classificando a vacina como "trivial", Ciro lamentou que a imunização na pandemia da covid-19 ganhou propaganda contrária, além de virar "disputa politiqueira sobre quem é o pai da vacina".
A candidata do União Brasil ao Palácio do Planalto, Soraya Thronicke, também criticou o ataque que Bolsonaro fez à jornalista. Recentemente, o chefe do Executivo foi chamado de "tchutchuca do centrão" por um youtuber.
— Quando homens são tchutchuca com outros homens, mas vêm para cima da gente sendo tigrão, eu fico incomodada. Lá no meu Estado tem mulher que vira onça e eu sou uma delas— disse.
A candidata criticou também quem "usa o nome de Deus em vão", ao ser questionada sobre o Estado laico:
— Todos têm direito a adorar o Deus que bem entenderem. Sou cristã e vim trabalhar para a paz.
A candidata à Presidência Simone Tebet (MDB) reforçou críticas a Bolsonaro ao afirmar que não tem medo dele nem de seus ministros. Segundo a candidata, ela sofreu violência política na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, em 2021, a qual integrou.
Simone também aproveitou o tema e se solidarizou com a jornalista Vera Magalhães, que foi alvo de ataques de Bolsonaro:
— Nós precisamos de uma mulher para arrumar a casa, precisamos de uma mulher para pacificar o País, para unir o país, para dar credibilidade, para fazer com que esse ódio, que começou lá atrás, no governo do PT, de nós contra eles, definitivamente chegue ao fim.