O candidato do PSOL à Presidência da República, Guilherme Boulos, disse nesta terça-feira, 18, que dará indulto ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), preso pela Lava Jato, caso seja eleito.
— Defender o Lula diante de uma condenação injusta é defender a democracia — afirmou Boulos, em sabatina na Pontifícia Universidade Católica do Rio, diante de estudantes.
— Foi uma condenação sem provas, com base em delações. Quando o Judiciário escolhe quem pode participar de eleições, estamos longe de uma democracia", afirmou o candidato. "Mas a seletividade judicial no Brasil não começou nem terminará com Lula. Daria indulto também ao Rafael Braga (jovem preso durante manifestações de 2013 por portar um frasco de produto de limpeza).
O candidato do PSOL lembrou as diferenças que seu partido tem com o PT (a legenda nasceu de uma dissidência, há 15 anos), e criticou práticas petistas, como alianças com o MDB.
— É lamentável ver o Haddad tirando foto com Renan Calheiros e Eunício Oliveira — disse.
Boulos também mencionou Jair Bolsonaro (PSL), líder das pesquisas de intenção de voto.
— Ele surfa no medo, na desilusão. Temos que derrotar a barbárie, a extrema-direita, o fascismo. A cada dia essa turma ganha asas. O clima que se criou no Brasil é de veneno, ódio e violência.
Ao defender a descriminalização do aborto, Boulos esclareceu que sua campanha não se pauta pelo "pragmatismo eleitoral" e por orientações de marqueteiros.
— A nossa conta é outra, é no sentido de elevar a consciência política no País. O papel de uma campanha presidencial é também trazer os grandes temas à discussão, como o respeito à diversidade sexual, a desmilitarização da polícia, a descriminalização das drogas e o combate ao racismo — afirmou.