Correção: Fábio Ostermann é candidato a deputado estadual, e não federal, como informado incorretamente entre 20h34min de 23/09/2018 e 12h15min de 24/09/2018. E Nerisson Oliveira é candidato a deputado federal, e não estadual, como informado incorretamente entre 20h34min de 23/09/2018 e 12h55min de 24/09/2018. O texto foi corrigido.
Embora as doações de empresas para campanhas tenham sido proibidas pela Justiça Eleitoral, grandes empresários se mantêm no topo da lista dos contribuintes a candidatos no Rio Grande do Sul. Nove sócios ou fundadores de empresas e um agricultor fizeram 28% de todas as doações de pessoas físicas neste ano – nesse cálculo, não é considerado fundo eleitoral ou recursos próprios dos candidatos investidos nas campanhas.
Juntos, realizaram 35 doações, conforme o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Mas, como movimentam valores altos, são responsáveis por quase um terço do dinheiro distribuído a políticos. Os dados mostram que as 10 pessoas que mais doaram para campanhas direcionaram, em média, R$ 69 mil para cada candidato – a média geral de doação é de R$ 2,6 mil no Estado.
O ranking
1º) Rubens Ometto Silveira Mello — R$ 650 mil
Quem é: presidente do conselho de administração da Cosan, uma das maiores corporações empresariais do Brasil, com negócios nos setores de etanol e infraestrutura. O executivo desempenha a mesma função nos conselhos da Raízen e da Comgás. Segundo a Forbes, tem fortuna estimada em US$ 1,4 bilhão (R$ 5,67 bilhões). Nascido em São Paulo, Ometto é também a pessoa física que mais doou para campanhas em todo país, em um total de R$ 6,33 milhões. Doou para:
Onyx Lorenzoni — Candidato a deputado federal (DEM) — R$ 200 mil
Jerônimo Goergen — Candidato a deputado federal (PP) — R$ 150 mil
Marco Maia — Candidato a deputado federal (PT) — R$ 100 mil
Ronaldo Nogueira — Candidato a deputado federal (PTB) — R$ 100 mil
Luis Carlos Heinze — Candidato a senador (PP) — R$ 100 mil
2º) Carlos Francisco Ribeiro Jereissati — R$ 400 mil
Quem é: irmão do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), é presidente do conselho de administração da Jereissati Participações, holding que controla a Iguatemi Empresa de Shopping Centers, que administra 15 shoppings no país (como o Iguatemi Porto Alegre e o Praia de Belas), a Alium Participações e a JPSP Investimentos e Participações. Doou para:
Onyx Lorenzoni — Candidato a deputado federal (DEM) — R$ 200 mil
Rodrigo Lorenzoni — Candidato a deputado estadual (DEM) — R$ 100 mil
Mateus Bandeira — Candidato a governador (Novo) — R$ 100 mil
3º) José Salim Mattar Junior — R$ 375 mil
Quem é: presidente-executivo do conselho de administração da empresa de aluguel de automóveis Localiza. Doou para:
Onyx Lorenzoni — Candidato a deputado federal (DEM) — R$ 100 mil
Marcel van Hattem — Candidato a deputado federal (Novo) — R$ 100 mil
Mateus Bandeira — Candidato a governador (Novo) — R$ 100 mil
Rodrigo Lorenzoni — Candidato a deputado estadual (DEM) — R$ 50 mil
Fábio Ostermann — Candidato a deputado estadual (Novo) — R$ 25 mil
4º) Irani Bertolini — R$ 264 mil
Quem é: fundador da Transportes Bertolini, empresa com sede em Bento Gonçalves que possui negócios nos modais rodoviário e hidroviário, incluindo portos na região norte do país. Doou para :
Paulo Caleffi — Candidato a deputado federal (PSD) — R$ 264 mil
5º) Alexandre Grendene Bartelle — R$ 150 mil
Quem é: um dos fundadores da Grendene. De acordo com a Forbes, tinha fortuna estimada em US$ 1,86 bilhão (R$ 7,5 bilhões na cotação atual) em 2016. Doou para:
Regina Becker Fortunati — Candidata a deputada estadual (PTB) — R$ 150 mil
6º) William Ling — R$ 145 mil
Quem é: vice-presidente do conselho de administração e integrante do comitê executivo da Évora, é também diretor do Instituto Ling, entidade que concede bolsas de estudo para jovens. Doou para:
Marcel van Hattem — Candidato a deputado federal (Novo) — R$ 35 mil
Mateus Bandeira — Candidato a governador (Novo) — R$ 35 mil
Ricardo Gomes — Candidato a deputado estadual (PP) — R$ 20 mil
Fábio Ostermann — Candidato a deputado estadual (Novo) — R$ 20 mil
Sérgio Turra — Candidato a deputado estadual (PP) — R$ 15 mil
Douglas Sandri — Candidato a deputado estadual (Novo) — R$ 10 mil
Fernanda Barth — Candidata a deputada estadual (Novo) — R$ 10 mil
7º) Pedro Grendene Bartelle — R$ 140 mil
Quem é: irmão gêmeo de Alexandre, é cofundador da Grendene. Doou para:
Renato Molling — Candidato a deputado federal (PP) — R$ 100 mil
João Fisher — Candidato a deputado estadual (PP) — R$ 40 mil
8º) Wilson Ling — R$ 125 mil
Quem é: diretor e conselheiro da Évora, holding que reúne Fitesa, Crown, AmericaTampas e Rio Novo Florestal. É também diretor do Instituto Ling. Doou para:
Marcel van Hattem — Candidato a deputado federal (Novo) — R$ 35 mil
Mateus Bandeira — Candidato a governador (Novo) — R$ 35 mil
Ricardo Gomes — Candidato a deputado estadual (PP) — R$ 20 mil
Fábio Ostermann — Candidato a deputado estadual (Novo) — R$ 20 mil
Sérgio Turra — Candidato a deputado estadual (PP) — R$ 15 mil
9º) Ivo Ilario Riedi* — R$ 100 mil
Quem é: sócio de diversas empresas no Paraná, principalmente nos setores de veículos, transporte e construção. Doou para:
Luis Carlos Heinze — Candidato a senador (PP) — R$ 100 mil
*A doação registrada no TSE está em nome de Ivo Ilario. Entretanto, consta o CPF de Wanda Ines Riedi, que é sua sócia na Fipal Administradora de Consórcios
10º) Valdecir Sovernigo — R$ 78 mil
Quem é: produtor rural gaúcho com negócios em Goiás. Doou para:
Nerisson Oliveira — Candidato a deputado federal (PRB) — R$ 18 mil
Jaderson Toledo Maretoli — Candidato a deputado estadual (PRB) — R$ 15 mil
Ernani Polo — Candidato a deputado estadual (PP) — R$ 15 mil
Jerônimo Goergen — Candidato a deputado Federal (PP) — R$ 15 mil
Beth Colombo — Candidata a deputada estadual (PRB) — R$ 15 mil
Sobre o ranking: para o levantamento, foram consideradas apenas doações de pessoas físicas ou via internet diretamente em site do candidato, partido ou coligação (exceto vaquinhas online), registrados no site do TSE até as 15h do dia 20 de setembro. A pesquisa também leva em conta apenas doações de natureza financeira e não inclui as estimáveis em dinheiro (quando alguém cede o uso de um carro ou imóvel ao candidato, por exemplo). Foram considerados apenas repasses diretos para os candidatos e não aqueles enviados para diretórios regionais dos partidos.