Três dias depois de o PT anunciar o nome do ex-prefeito Fernando Haddad como vice na chapa presidencial do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a deputada Manuela D'Ávila (PC do B) como "vice do vice", o ex-ministro Ciro Gomes (PDT) subiu o tom nas críticas aos petistas.
— Haddad e Manuela são queridos amigos, mas eu estou preocupado. Isso é um convite à nação para dançar na beira do abismo — disse Ciro.
Segundo ele, a "imensa gratidão" do povo brasileiro a Lula não é o suficiente para deixar todas as regras de lado.
— Isso gera confusão. O povo está sendo enganado — afirmou o pedetista aos jornalistas após participar de uma sabatina promovida pelo banco de investimento BTG Pactual.
Segundo Ciro, a decisão do PC do B de entrar na chapa de Lula foi tomada após o partido ter sido vítima de "chantagem feia" do PT.
— Chamaram o PC do B na chincha e fizeram uma lista dos estados para tirar o quociente eleitoral deles e deixar o partido sem eleger deputado.
Sobre o apoio dos partidos do 'Centrão' a Geraldo Alckmin (PSDB), Ciro afirmou que nunca acreditou que teria o apoio do colegiado.
— Eles me procuraram, mas jamais passou pela minha cabeça que eu pudesse ter o apoio deles.
O candidato do PDT, em seguida, disse que as negociações dele com o 'Centrão' foram feitas para "agravar" o preço do grupo junto a Alckmin.
— Não tinha a menor chance deles virem comigo.
Durante a palestra para empresários, Ciro disse ainda que considera "trágico" o governo de Dilma Rousseff e que foi uma imprudência de Lula "colocá-la" no Palácio do Planalto junto com o presidente Michel Temer.
Sobre a escolha da senadora Katia Abreu como vice, Ciro afirmou que ela o aproxima do centro político e das mulheres.