Durante entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha, na manhã desta quinta-feira (9), a pré-candidata à Presidência da República pelo PC do B nas eleições de 2018, Manuela D'Ávila , comentou a opção de seu partido pelo lançamento de um pretendente próprio ao Planalto.
— Depois do que aconteceu no ano passado, com a ruptura democrática, o golpe que tirou a presidente Dilma, começa um novo ciclo na política brasileira. E, nesse ciclo, nós queremos apresentar nossas ideias. Que são ideias para sair de uma crise que é tão profunda, seja econômica, política ou institucional — afirmou Manuela.
A deputada também abordou seus projetos de governo para a economia:
— É necessário retomar os investimentos públicos. Temos uma indústria que é altamente prejudicada pelas taxas de juro. Também temos o câmbio que não está a serviço da nação. A taxa de câmbio que não é monitorada, e portanto é flutuante e prejudica a indústria nacional.
Manuela acrescentou:
— Acreditamos que é importante debater com a população a revogação de ações que Temer tomou enquanto presidente da República e que tem relação com a retomada do crescimento econômico e com os investimentos públicos. Entre elas, a emenda constitucional 95 (teto de gastos) e a reforma trabalhista.
Questionada sobre o cenário apontado por pesquisas recentes, no qual os candidatos Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PSC-RJ) disputariam o segundo turno, a gaúcha disse que isso pode mudar.
— É um cenário de instabilidade. Não acredito que a candidatura de Jair Bolsonaro apresente saída para a crise. Tenho esperança no bom senso da população — pontuou.
Sobre a possibilidade de Lula não concorrer à Presidência caso seja condenado em segunda instância, Manuela foi perguntada se é contra a Lei da Ficha Limpa, que pode deixar o ex-presidente fora do pleito.
— Sou favorável que ele (Lula) seja julgado como qualquer cidadão brasileiro. Eu defendo isso para o ladrão de galinhas, para denúncias de assédio contra mulheres e também para os políticos. As pessoas tem de ser julgadas a partir de provas. Não é o caso dele (Lula) — afirmou.
A possibilidade de o PC do B recuar e se juntar ao PT novamente também foi tema na conversa.
— Nossa candidatura é baseada na interpretação de que temos saída para a crise do Brasil. Mas também acreditamos que elas precisam ser construídas de uma forma ampla. Acreditamos que nossa candidatura chega até o final, mas quem quer construir uma frente ampla também tem de saber que o tempo pode convergir as expectativas numa outra candidatura. Não é isso que está colocado agora — disse a deputada.
A pré-candidata também argumentou, ao ser perguntada sobre qual modelo de comunismo acredita ser ideal para o Brasil, que cada nação tem suas demandas específicas:
— Ter modelos de comunismo ou capitalismo é uma furada. Cada país tem sua realidade. Mas nós acreditamos que, neste momento, é preciso construir um modelo de desenvolvimento para Brasil. O Brasil perde sua industrialização e não existe país rico e com igualdade social sem indústria. Nossa missão é fazer com que o Brasil se desenvolva garantindo menos desigualdade social.