Estudiosa, trabalhadora e uma pessoa que estava sempre sorrindo. É assim que familiares lembram de Kelly Rodrigues da Rosa, 29 anos. A mulher foi encontrada morta em uma casa no bairro Charqueadas, em Caxias do Sul, na última segunda-feira (6). A investigação da Polícia Civil aponta que o companheiro dela, de 41 anos, a assassinou a tiros. Depois, tirou a própria vida.
— Ela tinha zero defeitos. Ela estava sempre feliz. Ela lutou tanto e agora que tinha superado os traumas, estava em uma fase da vida tão feliz — conta a prima, Luana da Silva Mielke, 23 anos.
Há cerca de 10 anos ela tinha perdido a mãe, Jussara. Segundo Luana, Kelly trabalhava em uma empresa em Caxias, na área de administração, e costumava ajudar o pai, Valmir, no negócio da família, no bairro São Caetano. Ela estudou na Universidade de Caxias do Sul (UCS) e, agora, fazia cursos. A prima lembra que ela "gostava muito de estudar".
As primas tinham mais contato em Santa Lúcia do Piaí, onde mora a maior parte da família. Filha única, Kelly costumava visitar bastante os familiares, como em feriados e outras ocasiões. Mesmo em alguma situação difícil, Luana relembra que Kelly sempre estava sorrindo, especialmente quando ficava próxima dos avós.
— Ela era muito querida, próxima de todos. Estava sempre sorrindo, sempre, sempre. Ela estava sempre feliz aqui — descreve.
Kelly foi velada na Capela Santo Antônio, no distrito, e sepultada no cemitério da comunidade. As despedidas ocorreram nesta terça-feira (7).
O caso
Um homem de 41 anos também foi encontrado morto no local, no bairro Charqueadas. Ele era o companheiro de Kelly, em um relacionamento recente. O caso, conforme o delegado Caio Márcio Fernandes, titular da Delegacia de Polícia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DPHPP), é investigado como um possível feminicídio. O delegado não divulga o nome do suspeito.
Segundo o titular da DPHPP, após a análise preliminar de elementos periciais e entrevistas realizadas, a hipótese mais provável é que, na noite de domingo (5), o homem tenha efetuado disparos de arma de fogo contra a companheira e, logo depois, tenha tirado a própria vida.
Além do levantamento da perícia criminal, entrevistas e outras diligências estão sendo feitas. Um familiar encontrou os corpos do casal.
— Ainda estão sendo realizadas diligências visando esclarecer pormenorizadamente as condições das mortes, bem como eventual motivação. Investiga-se ainda as condições de saúde mental do autor, bem como outros contextos relevantes para o cabal esclarecimento dos fatos — detalha o delegado.
O caso não será remetido à Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) porque, segundo o delegado Caio Fernandes, a DPHPP atendeu ao crime inicialmente e iniciou as investigações para elucidação.
Esta foi a primeira morte violenta registrada em Caxias do Sul em 2025.