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A Polícia Civil pretende concluir nesta terça-feira (25) o inquérito que investiga a morte de Geovani Biancho, 42 anos, que ocorreu após uma agressão sofrida em uma partida de futebol amador, no interior de Carlos Barbosa. Segundo o delegado Marcelo Ferrugem, que está à frente do caso, cerca de 15 pessoas foram ouvidas, sendo que um último depoimento ainda era aguardado nesta semana para que o inquérito fosse fechado e encaminhado ao sistema judiciário.
Biancho morreu no dia 11 de dezembro de 2021, no Hospital São Roque, de Carlos Barbosa, para onde tinha sido levado após sofrer uma parada cardiorrespiratória, ao ser atingido por uma voadora. O golpe foi desferido por um jogador do time adversário, um homem de 21 anos que, segundo o delegado, será indiciado por lesão corporal seguida de morte.
— Ainda faltava o depoimento do juiz que estava apitando aquela partida. Foi um complemento, por ele ter sido referido em outro depoimento, mas mudou a linha de investigação — afirmou o delegado.
Por não se tratar de uma situação de flagrante, o autor da agressão foi liberado após prestar depoimento na delegacia. Conforme a polícia, ele retornou a sua cidade natal, que fica no Rio Grande do Norte, algo que, de acordo com o delegado, foi informado à polícia e não interfere no curso da investigação.
O delegado mantém a avaliação que fez no dia seguinte ao fato, considerando como o chamado "crime preterdoloso", que é quando o autor tem a intenção de ferir a vítima, mas acaba causando sua morte.
— O agressor relatou que tinha sofrido uma falta no jogo e que, no momento em que ocorreu uma nova falta contra seu time, com um outro jogador, acabou tomando as dores do colega e agrediu a vítima — relata Ferrugem.
O fato do agressor responder em liberdade gerou revolta entre familiares e amigos de Biancho. O jogador residia em Barão, onde tinha reconhecida sua trajetória como jogador em campeonatos amadores, assim como em um projeto por meio do qual ensinava futebol a crianças. No dia 19 de dezembro, uma manifestação realizada na cidade contou com a participação de mais de 200 pessoas que homenagearam e pediram justiça pela morte de Biancho.
— Continuamos nos sentindo injustiçados porque, no nosso entendimento, a pessoa que fez isso não merece estar solta. Até porque sequer prestou socorro no momento da agressão. Se não queria causar isso devia, no mínimo, ter prestado socorro. Se para o delegado uma atitude dessas é normal, a justiça jamais será feita — afirma Astor Hastenteufel, 41, que também é jogador de futebol amador e mantinha uma amizade próxima com Biancho.
Questionado pela reportagem, o delegado afirmou que, ainda que não tenha prestado socorro à vítima, a investigação não apontou negligência por parte do agressor que, ainda conforme Ferrugem, teria sido retirado de campo como forma de evitar a continuidade da briga. Os primeiros-socorros à Biancho foram prestados por bombeiros que estavam de folga, assistindo à partida e, em seguida, por uma equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que o conduziu até o hospital da cidade. A agressão ocorreu por volta das 17h daquele sábado, na localidade de Torino, onde o jogo era realizado, e Biancho morreu por volta de meia-noite.