O assassinato deste final de semana foi o segundo na Avenida Osvaldo Aranha, em Bento Gonçalves, neste ano. Ambos os casos são relacionados a dois bares que ficam próximos e que há anos servem de ponto de encontro noturno e geram reclamações da vizinhança.
— É um local conhecido pelos tumultos e que já foram palco de homicídios tempo atrás. É um lugar pequeno, mas que incomoda os vizinhos. O que acontece ali não é possível chamar de festa, é balbúrdia — aponta o delegado Álvaro Becker, da 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP).
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Morre jovem baleado no rosto próximo a bar em Bento Gonçalves
O alvo do ataque mais recente, na madrugada de sábado (23), foi Marcio Tacilio da Silva Ferreira, 21 anos, que morreu no local. Uma jovem de 23 anos também foi baleada. Os relatos iniciais colhidos pela Brigada Militar apontam que ela foi atingida por uma bala perdida. Ferida na lombar, a mulher foi socorrida ao hospital local e não teria risco de morte.
Segundo testemunhas, o atirador foi um homem que estava a pé na via pública. Ele teria ido até um Gol branco, buscado uma arma e atirado três vezes na direção de Ferreira. Após o crime, o assassino fugiu no Gol branco.
Ferreira não possuía antecedentes criminais e a motivação dos tiros ainda não foi esclarecida.
— Já trabalhamos com alguns suspeitos e tentamos buscar mais alguma coisa hoje (segunda-feira). Queremos ouvir algumas pessoas que estavam lá (na avenida Osvaldo Aranha). Ainda temos que avaliar a situação para entender a motivação — resume o delegado Becker, que, neste momento, descarta a possibilidade de um latrocínio (assalto com morte).
Este foi o 48º assassinato em Bento Gonçalves em 2019. Em todo o ano passado, foram 52 mortes por violência.
Primeiro homicídio segue em investigação
O primeiro homicídio na Avenida Osvaldo Aranha aconteceu na madrugada de 22 de junho, quando Pablo Alves de Moraes, 18, foi baleado no rosto e não resistiu aos ferimentos. Logo após denúncias sobre o disparo de arma de fogo, os policiais militares encontraram uma grande aglomeração de pessoas bebendo em via pública.
Enquanto Moraes era socorrida pelo Samu, uma segunda guarnição da BM avistou um suspeito correndo. O homem conseguiu fugir, mas os brigadianos encontraram uma pistola calibre .380 escondida embaixo de um automóvel estacionado na Rua Itaqui. A arma, que estava municiada com sete cartuchos intactos, foi entregue à Polícia Civil.
A autoria e motivação deste assassinato ainda não foi esclarecida e segue em investigação pela 2ª DP.